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Lourenço pede mais investimentos chineses mas sem petróleo como moeda de troca


Presidente angolano, João Loureço, e primeiro-ministro da China, Li Qiang, Pequim, 15 março 2024
Presidente angolano, João Loureço, e primeiro-ministro da China, Li Qiang, Pequim, 15 março 2024

Presidente angolano diz que ter conseguido "medidas de alívio que não prejudicam os interesses de nenhuma das partes" quanto ao pagamento da dívida de Luanda.

O Presidente angolano anunciou que o seu Governo conseguiu negociar "medidas de alívio que não prejudicam os interesses de nenhuma das partes", para o pagamento da dívida angolana que ascende a 17 mil milhões de dólares e pediu mais investimentos chineses “desde que seja sem colateral petróleo”.

No encontro que manteve esta sexta-feira, 15, no início da sua visita a Pequim, com o primeiro-ministro Li Qiang, João Lourenço disse ter conseguido “desbloquear em grande medida os constrangimentos apresentados por Angola relativamente aos compromissos com bancos e instituições credoras chinesas".

“A linha de financiamento da China que serviu sobretudo para financiar investimento público de infra-estruturas gerou uma dívida pública que hoje está em cerca de 17 mil milhões de dólares americanos, que Angola tem vindo a honrar junto dos bancos e instituições financeiras credoras chinesas”, lembrou Lourenço, que agradeceu o que chamou de "mão solidária" da China, cujos dirigentes, segundo ele, reconheceram agora que os 12 mil milhões de dólares em empréstimos contraídos junto dos bancos estatais China Development Bank e EximBank têm cláusulas de reembolso que "sobrecarregam o serviço da dívida" de Angola.

Mais investimentos

Depois de abordar um conjunto de reformas que o seu Governo está a implementar para "melhorar o ambiente de negócios, ajustando-o às boas práticas internacionais", Lourenço convidou os investidores chineses a investirem na refinaria do Lobito, em fase de construção, e em blocos petrolíferos offshore e onshore.

João Lourenço adiantou que amanhã, 16, no Forum Empresarial China-Angola, irá pedir mais investimentos, mas, na ocasião alertou que “no que ao investimento público diz respeito e desde que seja sem colateral petróleo” e solicitou que "seja concedido financiamento para a construção de raiz de uma grande base aérea militar para a Força Aérea Nacional, aproveitando as capacidades existentes da empresa chinesa AVIC, que acabou de construir o Aeroporto Internacional António Agostinho Neto, em Luanda”.

Seria “o primeiro projeto de uma grande infra-estrutura militar, que deixará o nome da China ligado à defesa e segurança de Angola”, adiantou.

Ante o primeiro-ministro, o presidente angolano manifestou o desejo de conseguir financiamento para a "empresa pública Sonangol ou à empresa privada chinesa que queira entrar como acionista na refinaria de petróleo do Lobito e indústria petroquímica a ela associada”.

O investimento chinês na construção do metro de superfície de Luanda foi outro desejo manifestado por Lourenço, que garantiu que “qualquer um destes dois projetos, digamos civis, são autossustentados, não constituindo, por isso, qualquer constrangimento no seu reembolso e no serviço da dívida do país”.

Na sua intervenção, o Presidente angolano, que se encontra ainda com o seu homólogo chinês, Xi Jimping, apresentou um historial das relações entre os dois países e agradeceu os investimentos e a cooperação com Pequim, sem esquecer a resposta “em tempo record” durante a pandemia da Covid-19, que salvou “milhares de vidas humanas”.

Esta é a segunda visita oficial de João Lourenço à China desde que assumiu a Presidência da República em 2017.

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