O Presidente angolano defendeu o fim dos conflitos, instabilidade, insegurança e imprevisibilidade como meio de a comunidade internacional atingir os Objetivos do Desenvolvimento do Milénio (ODS) 2030 e pediu acesso aos fundos dos países em desenvolvimento em condições comportáveis, caso contrário tudo o que foi planeado até agora não sairá do papel.
Este posicionamento de João Lourenço foi assumido nesta segunda-feira, 18, em Nova Iorque, na Cimeira dos ODS que antecedeu a 78.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, a ter início amanhã.
"É sempre oportuno referir que as dificuldades de acesso aos recursos financeiros em condições comportáveis para as nossas economias representa um outro lado do problema, talvez o maior, com que nos confrontamos permanentemente para realizarmos projetos essenciais em áreas determinantes para impulsionar o nosso desenvolvimento, de que depende naturalmente a criação de condições que favoreçam a necessária e urgente alteração do quadro e dos indicadores de pobreza que se observam actualmente nos nossos países", afirmou o Chefe de Estado angolano, quem alertou que "nada do que consta dos planos, objetivos e programas que temos delineado ao longo destes anos poderá ser realizado" se não forem tomadas decisões sérias.
Lourenço exigiu um "esforço coordenado no sentido de eliminarmos os conflitos, a instabilidade, a insegurança e a imprevisibilidade, que desencoraja o investimento e retira aos nossos mercados a credibilidade de que necessita para que os nossos parceiros internacionais invistam mais nas nossas economias".
Por isso, o Presidente angolano instou os presentes que transformem a Cimeira "num verdadeiro ponto de viragem para uma abordagem mais dinâmica, mais comprometida e engajada, tendo em vista o reforço do nosso compromisso político e da mobilização de vontades capazes de ajudar a avançar em domínios cujos resultados se refletirão positivamente na melhoria das condições gerais de vida das nossas populações".
João Lourenço sublinhou a necessidade "da implementação da agenda internacional das alterações climáticas e do cumprimento das promessas de disponibilização de recursos financeiros feitas pelos países desenvolvidos" no combate aos efeitos das mudanças climáticas.
Ao intervir como presidente em Exercício da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), João Lourenço reforçou ser esta uma oportunidade "crucial" para avaliar os progressos na implementação dos ODS e tomar medidas para corrigir o que não foi feito.
O Presidente angolano discursa nesta quarta-feira, 19, no período da tarde, na 78a. Assembleia Geral da ONU.
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