Os governos dos Estados Unidos da América (EUA) e de Angola assinaram na terça-feira, 7, em Dallas, vários acordos de financiamento, no valor total de 1,3 mil milhões de dólares, para investimentos no Corredor do Lobito.
A assinatura aconteceu à margem da Cimeira Empresarial EUA-África do Conselho Corporativo para a África, que começou decorre até quinta-feira, 9, em Dallas e em cuja sessão de abertura discursou João Lourenço.
Uma nota da presidência angolana afirma que os acordos assinados destinam-se "ao financiamento de três importantes projetos de infraestruturas ligados ao Corredor do Lobito, e visam igualmente investimentos para a energia limpa, conetividade e expansão do sinal de rádio, e infraestruturas de transporte".
O executivo angolano classifica os projetos de "prioritários" e diz que terão um "impacto direto nas comunidades em Angola, além de proporcionar uma grande oportunidade para a diversificação da economia nacional pelo efeito de contágio às economias da região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC)".
Por seu lado, e ainda segundo a mesma fonte, a presidente do Banco de Exportação e Importação dos EUA, EXIM, Reta-Jo Lewis, "destacou o compromisso da instituição em aumentar os investimentos na África subsaariana, reforçando que esses acordos representam os maiores pacotes de financiamento da PGI apoiados pelos EUA para qualquer país desde o início da iniciativa".
Lourenço pede mais investimentos americanos em África
Entretanto, na abertura da Cimeira Empresarial Estados Unidos-África, o Presidente angolano destacou a importância do investimento privado nos países africanos "que precisam de aumentar e diversificar a produção de bens de consumo e serviços, transformar as matérias-primas e diversificar os produtos de exportação".
"Reconhecemos a importância do investimento público e das parcerias público-privadas em infra-estruturas, para o salto que o continente pretende dar e que já chega com atraso em comparação com outras regiões do nosso planeta", disse Lourenço.
Ele destacou ainda "que África conta muito com esta nova parceria com os Estados Unidos da América para o financiamento e construção das infra-estruturas de que necessita para o desenvolvimento".
O presidente angolano afirmou ainda que quando se fala muito da necessidade da gradual transição energética para se salvar o planeta Terra do efeito de estufa e suas já muito visíveis consequências, "gostaríamos de ver o investimento privado direto americano na exploração e transformação, de preferência local, dos minerais críticos abundantes em África, para a produção de baterias para os carros eléctricos, dos painéis solares, dos semicondutores e ships nesta era do crescimento exponencial da inteligência artificial".
No capitulo da segurança alimentar, João Lourenço disse " mundo deve contar e olhar em primeiro lugar para África pela abundância de terras aráveis, abundância de recursos hídricos, abundância de sol e de mão de obra jovem que fácil e rapidamente pode dominar o manejo da maquinaria agrícola moderna e absorver os conhecimentos das mais modernas técnicas de cultivo”.
Quanto à dívida dos países africanos, o Presidente angolano pediu uma atenção das instituições de crédito, "de modo que seja estabelecido algum equilíbrio entre as obrigações perante o credor e os imperativos de execução dos programas de desenvolvimento dos países africanos".
O evento que termina amanhã contam com a participação do Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, mais quatro chefes de Estado e cerca de 1500 membros de Governos, executivos, empresários e representantes de organizações multilaterais.
Fórum