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Lourenço e Tshisekedi debatem em Luanda situação na RDC


Félix Tshisekedi, Presidente da República Democrática do Congo (esq), e João Lourenço, Presidente de Angola, Luanda, 31 Maio 2022
Félix Tshisekedi, Presidente da República Democrática do Congo (esq), e João Lourenço, Presidente de Angola, Luanda, 31 Maio 2022

Presidente da RDC não conversou com o seu homologo do Ruanda numa cimeira que tinha sido convocada pelo Presidente do Quénia

O Presidente da República Democrática do Congo (RDC) deslocou-se nesta quarta-feira, 29, a Luanda para se reunir com o seu homólogo angolano no “âmbito dos esforços de mediação empreendidos pelo Presidente João Lourenço, com vista ao restabelecimento da paz e segurança no Leste da República Democrática do Congo”.

Em nota a Secretária de Imprensa da Presidência angolana acrescentou que Lourenço e Felix Tshisekedi fizeram “uma análise conjunta dos passos subsequentes a dar no quadro do Processo de Luanda, tendo em conta a situação criada com a tomada de Goma por forças rebeldes”.

O Presidente da RDC devia ter participado hoje numa cimeira virtual com o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, mediada pelo Chefe de Estado do Quénia, William Ruto, mas Tshisekedi recusou devido ao apoio de Kigali aos rebeldes do M23 que dizem ter tomado a cidade de Goma no leste da RDC.

A Presidência angolana não dá mais detalhes sobre o encontro, mas mais cedo, noutra data João Lourenço disse registar com grande apreensão os graves desenvolvimentos registados no Leste da República Democrática do Congo (RDC), que culminaram com a ocupação pelo Movimento 23 de Março (M23) da cidade de Goma, e pediu que as tropas do Ruanda deixem o território vizinho.

Lourenço exigiu "a retirada imediata das Forças de Defesa do Ruanda do território congolês para que se criem urgentemente as condições para a estabilização da vida das populações, incluindo a normalização do funcionamento do aeroporto da cidade de Goma em condições de segurança, com vista a facilitar o regresso em segurança dos membros” daqueles mecanismos.

O Presidente angolano instou a RDC e o Ruanda "a respeitarem os compromissos assumidos ao abrigo do Processo de Luanda, permitindo que se criem as condições necessárias para a convocação de uma cimeira tripartida em Luanda, com caráter urgente, em data a ser comunicada oportunamente”.

EUA pressionam

Ontem o Presidente do Ruanda disse concordar com o Governo dos EUA sobre a necessidade de um cessar-fogo no leste da RDC, mas não deu qualquer indicação de ceder aos apelos para que as tropas ruandesas e os rebeldes do M23 que apoiam se retirassem de Goma.

Kagame fez este comentário no X depois de uma conversa com o secretário de Estado americano Marco Rubio que manifestou que os Estados Unidos “estão profundamente preocupados com a escalada do conflito em curso no leste da RDC, particularmente a queda de Goma às mãos do grupo armado M23, apoiado pelo Ruanda”.

“O secretário apelou a um cessar-fogo imediato na região e a que todas as partes respeitem a integridade territorial soberana” e “transmitiu que o objetivo primordial dos Estados Unidos é uma paz duradoura que aborde as preocupações de segurança e estabeleça as bases para uma economia regional próspera”, lê-se num comunicado do Departamento de Estado.

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