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Lopo do Nascimento pede abertura dos arquivos do 27 de Maio


Angolanos querem saber o que passou
Angolanos querem saber o que passou

O antigo primeiro-ministro e secretário-geral do MPLA, Lopo do Nascimento, defendeu a abertura dos arquivos dos acontecimentos de 27 de Maio para que, segundo ele, os angolanos tenham acesso às informações para melhor avaliar “o que se terá passado há 42 anos, altura em que milhares de angolanos foram perseguidos e mortos”.

Para Nascimento, “Agostinho Neto não pode ser visto como o único responsável pelos acontecimentos”, que se seguiram ao alegado golpe de Estado engendrado por figuras do MPLA que se opunham à liderança dele.

O antigo chefe do Governo referiu que muitos angolanos “encontram-se desaparecidos, sem que os seus parentes saibam se estão ou não mortos, porque nunca tiveram acesso a uma certidão de óbito, nem aos restos mortais”.

Para Lopo do Nascimento, “a abertura dos arquivos permitiria averiguar profundamente o envolvimento de todos os que estiveram directamente por detrás dos acontecimentos fatídicos daquele dia e nos seguintes”.

Na entrevista, o antigo secretário-geral do partido no poder disse que, depois dos acontecimentos, ele foi mandatado pelo próprio Presidente Agostinho Neto para uma viagem à União Soviética, para que este país retirasse de Angola alguns dos integrantes da extinta KGB.

Durante o encontro com o Presidente soviético, Leonid Brejnev, este manifestou- se preocupado com os nomes de operativos apresentados, tendo exibido algum desconforto por desconhecer o papel que estes terão desenvolvido na refrega.

Em reacção às declarações de Lopo do Nascimento, o líder da Fundação 27 de Maio, general Silva Mateus, interrogou-se “por que razão é que apenas agora o antigo dirigente sugere a abertura dos arquivos do 27 de Maio”.

Por seu turno, o antigo responsável do Amplo Movimento de Cidadãos, William Tonet, disse que as declarações de Lopo do Nascimento “embora tardias merecem uma profunda reflexão dos angolanos” e não poupou críticas à figura de Neto por causa do qualificou de “genocídio selectivo” .

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