Lokua Kanza tem um novo disco, “Moko” (recomeço ou união), e diz que é o favorito da sua longa trajectória, iniciada, na década de 1980, no seu país, República Democrática do Congo.
“É o disco dos meus sonhos, ” diz.
No primeiro single do disco, “Tout va bien”, Lokua canta por dias melhores, num mundo marcado por crises. “Acho que hoje, o mundo precisa de amor”, afirma.
“Moko” resulta de 12 viagens pelo mundo, com escalas no Congo, África do Sul, Brasil, Estados Unidos, França ou Índia. Nele, Lokua canta em 14 línguas e envolve mais de 100 músicos, entre eles os da Orquestra Sinfónica de Budapeste, Hungria, sob a regência do nomeado aos Grammy Chris Walden.
Nesta conversa, Lokua diz que a música de África tem muito futuro, mas os artistas precisam de investir na qualidade; e aos seus amigos de Moçambique, envia uma mensagem de esperança.
Quem é Lokua Kanza?
Lokua Kanza, de pai congolês e mãe ruandesa, nasceu em 1958, Bukavu, na República Democrática do Congo.
Ele fez a iniciação musical na década de 1980, influenciado, entre outros por ícones como Miriam Makeba ou Ray Lema, ritmos como rumba, rhythm and blues, bossa nova ou pop. No Conservatório, quer no Congo ou na França, cruza com sons de Bach e outros, e estuda teoria musical e orquestração.
Na mesma década, trabalha com a rainha Abeti, Abeti Masikini, uma incontornável referência da musica do Congo. Ao mesmo tempo, torna-se multi-intrumentista: Bandolim, Flauta, viola baixo, piano e percussão.
Em Paris, para onde se mudou em 1984, Lokua Kanza trabalha com Manu Dibango, Ray Lema, Papa Wemba e o grupo Sixun.
Depois de uma apresentação, no Olympia de Paris, em 1992, abrindo para Angelique Kidjo, Lokua ganha notoriedade a título individual – e no mesmo ano sai o seu primeiro disco – e, três anos depois,popular "Wapi Yo", que se confunde com a sua assinatura.