O lixo e águas paradas dominam alguns bairros do município de Malanje, onde apenas uma operadora trata da recolha dos resíduos sólidos.
No bairro do Ritondo, a norte da cidade, duas lixeiras com charcos propiciam condições para o aumento de casos de malária, doenças diarreicas e respiratórias.
“Temos crianças que infelizmente estão sujeitas a apanhar doenças com bastante facilidade, digo crianças em primeira instância porque são elas que estão a brincar, a apanhar objectos e nós adultos não estamos fora disso”, denunciou o morador Aguiar da Fonseca Mendes.
Marcelina Ngunza espera pela intervenção das autoridades de Malanje, porquanto entre os moradores o clima de convivência é crítico.
“Aqui não temos união, entre nós que vivemos aqui perto de Ritondo, qualquer pessoa chega aqui deita lixo de qualquer forma, nós aqui passamos mal: deitam gato, deitam cão morto ao redor da casa”, lamentou.
Uma lagoa, quase artificial, emergiu naquele bairro, onde lixo é depositado igualmente por crianças.
Pedro António revelou que que “o paludismo é abundante com o entulho desde 2008/2009 e até algumas crianças vêm aqui tomar banho”.
Director Províncial de Saúde diz não haver casos de cólera
O director provincial da Saúde, Avantino Hélder Sebastião, disse que nenhum caso suspeito de cólera foi registado até ao momento.
“Felizmente não temos nenhum caso suspeito relatado ao nível de Malanje, são os principais factores de risco esta doença o consumo de água não potável, grande parte da nossa população da zona rural consume esse tipo de água, deficiente higiene pessoal, assim como o saneamento básico”, precisou Sebastião.
O lixo não é só nas ruas, o Hospital Regional de Malanje liberta cheiro impróprio em algumas enfermarias, os mosquitos e baratas compartilham o mesmo espaço com os doentes.