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Liga Guineense dos Direitos Humanos denuncia "comportamento repugnante" das FA ao deter juízes do Tribunal Militar Superior

Liga Guineense dos Direitos Humanos denuncia "comportamento repugnante" das FA ao deter juízes do Tribunal Militar Superior


Biagué Na N'Tan, Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau
Biagué Na N'Tan, Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau

Juízes foram detidos depois de emitirem um acórdão que mandou libertar detidos na suposta tentativa de golpe de Estado de fevereiro de 2022

A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) diz ter registado com "bastante estupefação as denúncias dos familiares dos juizes conselheiros do Tribunal Superior Militar" que foram detidos na quarta-feira, 24, no Estado Maior General das Forças Armadas, horas depois de terem emitido um acórdão a mandar libertar todos os suspeitos de envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado de 1 fevereiro de 2022.

Os juízes Melvin Sampa, Júlio Embana e Rafael Gomes foram chamados ontem ao Estado Maior das Forças Armadas, mas nunca mais regressaram.

A esposa de um dos juízes disse à Rádio Sol Mansi, ligada à Igreja Católica, que o marido saiu para trabalhar mas não regressou.

A Agência de Notícias da Guiné-Bissau informou que uma fonte de Repartição de Imprensa do Estado Maior General das Forças Armadas, confirmou a detenção dos três juizes do Tribunal Militar Superior desde a tarde do dia 24 de Julho.

"Este comportamento repugnante do Estado Maior General das Forças Armadas traduz uma absoluta e inaceitável tentativa de punição política dos magistrados judicais pelo simples facto de terem decidido contra os interesses políticos inconfessos, violando o princípio da irresponsambilização dos juízes pelas decisões proferidas no desempenho das duas funções juridicionais", escreve a LGDH num comunicado de imprensa enviado à Voz da América nesta quinta-feira, 24.

Aquela organização acrescenta que, "perante a gravidade deste ato e face à existência de uma manifesta cabala político-militar para destruir os princípios e valores que enformam a democracia e o Estado de Direito, condena "vigorosamente esta atuação ilegal e arbitrária", exige do "chefe de Estado Maior General das Forças Armadas general Biaguê Na Ntam a libertação imeditada e incondicional dos três juizes conselheiros sequestrados", responsabiliza o chefe do exército "pela vida e integridade física" dos juízes e pede que ele cumpra o acórdão do TMS que determinou a soltura dos detidos.

Como a Voz da América noticiou na terça-feira, 23, o Tribunal Militar Superior ordenou libertação imediata de cerca de 50 civis e militares acusados na alegada tentativa de golpe de Estado.

O acórdão considerou procedente o recurso de agravo da defesa dos detidos, que entre outros aspetos, questiona a forma como foi constituído o Tribunal Militar Regional para o julgamento daquelas pessoas.

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