Vinte e seis jogos, escrevendo um capítulo importante da história do desporto africano.
Essa é a narrativa da temporada inaugural da nova Liga Africana de Basquetebol, a BAL, um desdobramento da Associação Nacional (Americana) de Basquetebol, a NBA.
De domingo, 16 de Maio, a 30 de Maio, a acção tem lugar na capital do Ruanda.
O basquetebol não é actualmente o desporto favorito do continente. Esse troféu vai para o poderoso futebol.
Mas o basquetebol a cresceu em popularidade desde que foi amplamente introduzido no continente na década de 1960, gerando estrelas africanas que atacaram as quadras americanas, como lendas da NBA Hakeem Olajuwon da Nigéria, Dikembe Mutombo da República Democrática do Congo ou Luol Deng, do Sudão do Sul.
As 12 equipas da BAL são selecionadas dos melhores clubes - muitos deles equipas da polícia e do exército - em todo o continente. Da África Ocidental estão equipas da Nigéria, Camarões e Senegal, mas também há os pesos pesados do sul, como Angola e Moçambique e o poder do Magrebe, Tunísia, Marrocos e Argélia.
E, trazendo um pouco de brilho musical para a nova liga: o rapper J. Cole assinou com a equipa do Ruanda, o Patriots BBC.
Para países como África do Sul, que não teve nenhuma equipa qualificada, a competição é importante de qualquer modo como diz Refiloe Seiboko jornalista desportiva baseada em Joanesburgo: "Estou muito, muito animada com isso. Já faz muito tempo", disse ela.
"Acho que é um verdadeiro momento de empolgação para muitas pessoas no continente, para muitos fãs de basquetebol e jogadores de basquetebol, pessoas que trabalham para o desporto, é um grande momento. Realmente, é mesmo. Não consigo expressar o quanto isso significa para o basquetebol africano no passado e no futuro".
Quem vai ganhar a grande competição?
Seiboko recusou-se a apostar num vencedor, mas disse que os espectadores podem esperar um grande programa.
"Se alguém assiste jogadores africanos, muitas vezes eles são elogiados pela sua energia e motores de alta velocidade", disse ela. "E assim as pessoas podem definitivamente esperar muita energia, muito atletismo dos rapazes. Eles estão a treinar para isso e estão prontos para isso há muito tempo".
A VOA conversou com o presidente do BAL, Amadou Gallo Fall, em Joanesburgo, antes do primeiro jogo.
Ele disse que a decisão de dar à África a sua própria liga era bastante óbvia: "Não temos dúvidas, e todos reconhecem, a enorme quantidade de talento que o continente possui", disse ele.
"Sabe, os jogadores de África têm tido um grande impacto, não apenas na NBA, mas também na NCAA. E hoje, quero dizer, esses dias, tivemos o March Madness, o torneio anual de basquetebol universitário que acontece com muitos jogadores africanos em várias listas de faculdades de elite (nos EUA). Portanto, você sabe que o talento sempre esteve lá".
Manter o talento perto de casa
Para Seiboko esta é uma óptima maneira de mostrar a excelência de África - e mantê-la em seu próprio território.
"É extremamente importante ter uma liga de africanos no continente africano", disse ela.
"Para tantos níveis, temos o talento, número um: se tivermos o talento, vamos fazê-lo. Vamos dar a esses jogadores a oportunidade de jogar em casa no seu continente e não ter que sentir que têm que sair do continente para a Europa ou para os Estados Unidos para ter sucesso. Acho que esse é um passo muito importante. E assim como ensinar aos jovens que vão assistir que não é preciso sair de casa para que tenha sucesso como atleta".
Então, esta temporada inicial revelará os melhores lançadores de África? Ou uma torrente de três, maratonas de lances livres, afundanços, etc?
Os espectadores terão que ver - ou ouvir - por si próprios. A VOA transmitirá simultaneamente os jogos em inglês e francês e fornecerá cobertura jogada a jogada em bambara, kinyarwanda, wolof e português para alguns jogos.
A acção já começou com a equipa da casa, o Patriots Basketball Club do Ruanda a derrotar por 83-60 o Rivers Hoopers da Nigéria na Kigali Arena em Kigali, Ruanda.