Donald Trump está a enfrentar a uma onda de reacções à sua ordem executiva de queproíbe a entrada de refugiados e cidadãos de sete países maioritariamente muçulmanos nos Estados Unidos
Além de impedir residentes de países como o Iraque, Síria, Sudão, Líbia, Somália e Iémen de entrar nos Estados Unidos durante 90 dias, o decreto de Trump impôs uma proibição permanente na admissão de refugiados sírios e uma proibição de 120 dias para todos os outros refugiados de entrarem nos Estados Unidos.
O Presidente americano disse que apenas aqueles que apoiam os Estados Unidos devem ser autorizados a entrar no país.
O decreto presidencial assinado por Donald Trump discute a identificação e verificação de procedimentos que os consulados americanos devem usar em detalhe extensivo.
“Queremos ter a certeza de que não estamos a autorizar a entrada no nosso país as mesmas ameaças que os nossos soldados estão a combater fora dele. Nós queremos admitir apenas os que vão apoiar o nosso país e amar profundamente o nosso povo”, disse Trump quando anunciou a proibição.
Líderes políticos reagem a decisão de Trump
Um porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel disse neste Domingo, 29 de Janeiro, que Merkel “está convencida de que nem o necessário para combater o terrorismo justifica colocar pessoas de origem específica ou de uma religião em particular sob suspeição”.
Entretanto, a primeira-ministra britânica, Theresa May, foi enxovalhada pelos seus colegas políticos por não ter condenado a decisão de Trump. May estava em Ankara, para uma reunião com Recep Tayyip Erdogan, quando a decisão foi tornada pública e comentou que os Estados Unidos são responsáveis pela sua política sobre os refugiados e o Reino Unido é responsável pela sua política sobre os refugiados.
Já na Inglaterra, May disse que o Reino Unido não concorda com a proibição de Trump em relação a muçulmanos, acrescentando que a abordagem americana não vai ser usada pelo Reino Unido.
May levou contudo com a reacção de alguns legisladores, como Heidi Allen que publicou na media social que “liderança forte é não ter medo de dizer a alguém poderoso que não está certo… eu não quero saber o quão especial a relação é – algumas linhas não deviam ser atravessadas”.
Outro legislador, Jeremy Corbyn disse que "Theresa May devia ter defendido o Reino Unido e os seus valores condenando as acções de Trump. O nosso país devia entristecer-se por ela não o ter feito… Depois das horríveis acções de Trump e a fraqueza de May falhando em não condená-las é mais importante do que nunca para nós dizer aos refugiados que procuram um lugar seguro que eles vão ser sempre bem-vindos no Reino Unido.”
Trump deverá visitar o Reino Unido no fim deste, mas a parlamentar Sarah Wollston disse que o líder Americano não será convidado para falar no Parlamento, acrescentando que “aqueles que quiserem bajulá-lo podem encontrar outro lugar para fazê-lo”.
O ministro francês das Relações Exteriores, Jean Marc Ayrault condenou a decisão dizendo: "Receber refugiados que fogem da Guerra e da opressão é parte do nosso dever”
O homólogo de Ayrault na Alemanha, Sigmar Gabriel disse por sua vez que "Os Estados Unidos são um país onde as tradições cristãs têm um significado importante. Amar o ser vizinho é um valor cristão muito importante e isso inclui ajudar pessoas”.
Retno Marsudi, o ministro das Relações Exteriores da Indonésia, que tem a maior população muçulamana do mundo, mas que não faz parte da lista dos países cujos cidadãos estão proibidos de entrar nos EUA, disse à Reuters que “lamenta profundamente esta política"
No Irão, o ministro das Relações Exteriores, Mohammas Java Zarif, já disse que o seu país não vai retaliar os Estados Unidos, dando as boas-vindas a todos os americanos que tiverem visto para entrar no Irão.
Do Canadá, o primeiro-ministro Justin Trudeau também reagiu pelo Twitter, dizendo que “todos aqueles que fogem da perseguição, do terror e da guerra, são bem-vindos pelos canadianos, independentemente da sua fé. Diversidade é a nossa força”, escreveu Trudeau.