Em Moçambique, 24 anos depois das primeiras eleições democráticas e em vésperas de eleições autárquicas, alguns aspectos da vida democrática começam a emergir.
Alguns analistas dizem que a falta de estratégias claras para a sucessão das lideranças no seio dos partidos políticos vai provocar momentos de conflito e de incertezas sobre a situação desses partidos, alguns dos quais já começam a dar sinais.
Após a introdução do multipartidarismo em Moçambique, no início da década de 1990, surgiram muitos partidos políticos no e alguns estão a crescer, sem, no entanto, tratar, devidamente, a questão das lideranças, sobretudo a sua sucessão.
Na opinião de alguns analistas, tanto na Frelimo como nas demais formações políticas, há um vazio no que diz respeito à formação de pessoas que possam liderar os partidos em novos contextos políticos, dentro da própria dinâmica política do país.
O analista Manuel Alves, considera que todos os partidos políticos moçambicanos precisam de uma nova geração de líderes mais jovens, que possam dar uma nova dinâmica ao funcionamento desses partidos.
Por seu turno, o analista Paul Fauvet diz que o facto de a Frelimo apostar em Eneias Comiche, com mais de 70 anos de idade, como cabeça-de-lista para Maputo nas eleições municipais de 10 de Outubro próximo, significa que não tem gerido da melhor forma a questão das lideranças.