A morte do presidente da Renamo levanta como principal incógnita a sua sucessão na direcção do partido, sobretudo porque morreu numa altura crucial do diálogo político em Moçambique.
Afonso Dhlakama liderou a Renamo durante mais de 40 anos e nessa liderança nunca se vislumbrou o número dois do partido ou uma pessoa, pelo menos visível, que depois da morte dele o pudesse suceder.
O analista Tomás Vieira considera que este é o grande dilema para a Renamo e, se calhar, até para os moçambicanos.
"Nos últimos anos, desde a expulsão de Raúl Domingos do partido, não transpareceu, pelo menos publicamente, uma figura que possa ser vista como um natural sucessor de Afonso Dhlakama", destacou.
Tomás Vieira Mário afirma ainda que uma vez que Afonso Dhlakama "perdeu a vida numa altura crucial do processo de descentralização e da pacificação do país, esta incógnita coloca-se com maior acuidade".
Eleições autárquicas
Este processo todo, incluindo a questão sensível da desmilitarização da Renamo, estava, pessoalmente, nas mãos de Afonso Dhlakama e não se sabe se as pessoas ou a pessoa que o vão suceder terão a mesma abordagem que ele tinha.
Entretanto, o analista Francisco Matsinhe diz que Ivone Soares, que lidera a bancada da Renamo no Parlamento, tem sido apontada como aquela que está em melhor posição para substituir Afonso Dhlakama na direcção do partido.
Por outro lado, vários analistas dizem que a morte de Afonso Dhlakama vai ter um grande impacto nas eleições municipais de Outubro próximo e gerais de 2019, sobretudo em termos de participação dos cidadãos.
O analista Francisco Carmona afirma que em vários círculos de opinião acredita-se num bom resultado da Renamo nas próximas eleições, mas com a morte do seu líder vai ter que trabalhar muito.
