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Líder do Movimento Casamance espera nova atitude das autoridades de Bissau


Salif Sadio, lider do Movimento Frente Democrática Casamance
Salif Sadio, lider do Movimento Frente Democrática Casamance

Salif Sadio anuncia cessar-fogo unilateral a pedido da Comunidade Sant’Egídio, que medeia negociações com o Senegal

O Movimento da Frente Democrática de Casamance insta as novas autoridades políticas e militares da Guiné-Bissau a empreender mecanismos de reaproximação entre os povos guineense e de casamance. A mensagem vem do quartel-general de Salif Sadio, para quem, seria uma atitude importante para apagar os graves erros cometidos no passado por certas autoridades da Guiné-Bissau contra Casamance.

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O líder do Movimento da Frente Democrática de Casamance, num tom de consternação, não teve rodeios para dizer, citamos: “que estes mesmos dirigentes esquecerem o quanto o povo de Casamance se bateu durante a luta pela independência ao lado do povo guineense. Esqueceram-se também que durante o conflito político militar de 7 de Junho de 1998, muitos casamanceses perderam a vida e sangue para salvar a Guiné-Bissau da ocupação estrangeira”.

E mais acrescentou Salif Sadio: “certas autoridades guineenses perderam de vida durante a luta de libertação nacional, muitas bases militares do PAIGC se encontravam em Casamance, mesmo perto da actual capital Ziguinchor”.

Na entrevista à VOA, Sadio disse não pedir que “os guineenses venham-nos ajudar a fazer a guerra contra o Senegal, mas as novas autoridades políticas têm, sobretudo, o dever, a oportunidade e a sorte de ajudar a Guiné-Bissau a pagar os erros cometidos no passado pelos seus antigos dirigentes”.

Questionado sobre o que se deve fazer, o chefe da rebelião em Casamance disse não ser ele a dizer o que os guineenses devem fazer. “Só sei que os laços parentescos entre os dois povos são inabaláveis. Contudo, para não fustigar a geração futura, seria importante que as novas autoridades repusessem a confiança outrora existente entre os guineenses e os casamanceses. Lembro, por exemplo, quando em 2006, os militares guineenses e senegaleses atacaram o campo de refugiados nas diferentes tabancas de Casamance e incendiaram as suas casas. Isto foi simplesmente condenável e muito grave”, disse Sadio.

Entretanto sobre as negociações em curso com o Governo do Senegal, a decorrer em Roma, capital Italiana, sob auspícios da Comunidade de Sant’Egídio, o chefe do Movimento da Frente Democrática de Casamance, reconhece a vontade das partes e os esforços da mediação, mas adverte: “Com a concordância de Dakar em iniciar as negociações connosco, em Roma, através da mediação da Comunidade Sant’Egídio, decidimos, na verdade, declarar o cessar-fogo unilateral, por forma a dar abertura e confiança nas negociações. Resta, no entanto, esperar se o Senegal vai continuar a respeitar o seu engajamento nas negociações, caso contrário as nossas bazucas estão cá”, concluiu o líder do Movimento da Frente Democrática de Casamance em entrevista à VOA.

Em face deste cenário diplomático, Salif Sadio afirmou ainda que eventuais negociações a decorrer noutra sede, que não sejam sob a mediação da Comunidade de Sant’Egídio, não engajam o MFDC, portanto não passam de blefe.

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