Em Moçambique, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, propôs a criação de uma comissão parlamentar, para investigar os recentes confrontos entre a sua guarda militar e as forças de segurança governamentais.
Dhlakama, assegurou que o seu braço militar só se apercebeu da presença da força governamental a sete quilómetros da sua base, tendo autorizado a sua emboscada, cujo contacto ocorreu três quilómetros da base, tendo sido contabilizado 45 baixas da tropa estatal, 35 das quais no local, contra um morto do número oficial anunciado pelo Governo.
“Não posso esconder, dei ordens” declarou Afonso Dhlakama, adiantando que perante a pressão dos seus comandos, que “perguntou mais uma vez temos que mudar a base porque esses (militares do Governo) vêm nos atacar?, quando “eu disse que não, vão ao encontro deles”.
O líder da Renamo denunciou ainda que o braço militar do maior partido da oposição, sofreu ataques semana passada, sendo dois em Funhalouro (Inhambane) e Guíja e Dindiza (Gaza) sul, sem vitimas, tendo um quarto ocorrido em Mucombeze, distrito de Moatize (Tete), centro, mas a Polícia confirmou o último, com um morto e três feridos.
Sobre o último ataque a Polícia descreveu que dois camiões transportando militares e um veículo Land Cruiser equipado com uma metralhadora, foram atacados por homens armados, quando estavam envolvidos na operação de abastecimento das posições governamentais, o que Afonso Dhlakama, considera de “pouca vergonha”.
Contudo avisou que a sua “paciência tem se esgotado”, devido a frequentes provocações com ataques militares, e acusou o Governo de estar a manter o país na “incerteza”.
Entretanto ameaçou retaliar a qualquer ataque governamental a partir desta segunda-feira, assegurando que tem aumentado a “pressão e preocupação” dos seus comandos militares em responder aos ataques, insistindo ser um homem da paz.
“Eu sou um homem da paz, lutei pela democracia, continuo a lutar e não quero afugentar os investimentos nacionais e internacionais, nem assustar as populações, mas estou cansado com as brincadeiras da Frelimo”, disse Dhlakama.
A Renamo não reconhece os resultados das últimas eleições gerais e exige a criação de autarquias províncias em todo o país e gerir as seis regiões onde reclama vitória eleitoral, sob ameaça de tomar o poder à força.
André Baptista - VOA - Beira