O Tribunal de Brooklyn, em Nova Iorque, realiza nesta terça-feira, 22, a primeira audiência do caso “dívidas ocultas” de Moçambique na qual deve apresentar-se o cidadão libanês Jean Boustani, negociador da empresa Privinvest, e um dos suspeitos de envolvimento num esquema de fraude e corrupção, segundo a Procuradoria de Nova Iorque.
Boustani foi detido a 2 de Janeiro no aeroporto de Nova Iorque e aguarda o julgamento em liberdade depois de ter pago uma fiança.
Ele é apontado como tendo trabalhado numa empresa de Abu Dhabi, que fazia prestava serviços para empresas moçambicanas envolvidas no processo das dívidas ocultas.
A audição pode abrir novas revelações sobre o caso, apontando também possíveis datas para o julgamento.
O primeiro detido a pedido da justiça americana foi o antigo ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang, a 29 de Dezembro em Joanesburgo, onde se encontra detido a aguardar o julgamento dos pedidos de extradição feitos pelos Estados Unidos e por Moçambique.
Em Londres, três directores do banco Credit Suisse foram detidos também e há dois moçambicanos que ainda não foram presos.
Todos são suspeitos de envolvimento num esquema de corrupção que lesou o Estado moçambicano em 2.200 milhões de dólares na sequência de contratos não divulgados contraídas pelas empresas estatais Ematum, Proindicus e MAM.
As acusações indicam que o dinheiro não foi usado para os fins propostos pelas empresas e que foi desviado pelos participantes no esquema.