O jornalista brasileiro e director da organização não governamental Repórter Brasil, dedicada à monitoria e combate ao trabalho forçado, recebeu nesta terça-feira, 27, em Washington, o prémio 2017 TIP Hero (Herói do Relatório sobre Tráfico de Pessoas de 2017) pela sua luta contra esse fenómeno.
“O tráfico de seres humanos é uma das mais trágicas questões de direitos humanos de nosso tempo”, disse o secretário de Estado americano na entrega dos prémios a mais sete activistas.
Para Rex Tillerson, “fragmenta as famílias, distorce os mercados globais, prejudica o Estado de direito e estimula outras atividades criminosas transnacionais, e ameaça a segurança pública e a segurança nacional”.
Alika Kinan (Argentina), Vanaja Jasphine (Cameroon), Viktoria Sebhelyi (Hungary), Amina Oufroukhi (Morocco), Allison Lee (Taiwan), Boom Mosby (Thailand) e Mahesh Muralidhar Bhagwat (India, mas ausente do acto) foram os demais distinguidos pelo seu trabalho.
Em conversa com a a VOA após receber o prémio. Leonardo Sakamoto considerou que "o acto representa essencialmente protecção porque com as denúncias e o nosso trabalho, enfrentamos inimigos poderosos, com dinheiro e muita força".
O jornalista, blogueiro e activista admite que o "reconhecimento destina-se a todos que lutam contra esse fenómeno".
Os Estados Unidos, segundo o secretário de Estado, são o maior doador ao combate ao tráfico humano e garantiu que o seu Governo "continuará a estabelecer parcerias positivas com os governos, sociedade civil, grupos responsáveis pela aplicação da lei e sobreviventes para prestar ajuda aos que precisam de apoio".
Repórter Brasil
Leonardo Sakamoto criou, em 2001,o Repórter Brasil, organização não governamental dedicada a combater o trabalho forçado no Brasil.
O jornalismo investigativo pioneiro da Repórter Brasil ajudou os líderes dos sectores público e privado, bem como a sociedade civil, a usar programas de pesquisa e educação como ferramentas para combater o tráfico humano, especialmente o trabalho forçado.
Entre outras iniciativas, a Repórter Brasil participou activamente na criação do Pacto Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, um acordo que reúne 400 empresas comprometidas com a luta contra o trabalho forçado.
Na edição desta quarta-feira, 28, da rubrica Agenda Africana, da VOA, Leonardo Sakamoto aborda a problemática do tráfico humano no Brasil, mas também em países onde empresas brasileiros têm actuado, como Angola e Moçambique.