O desconhecimento da legislação angolana por parte dos profissionais da imprensa é um problema que pode estar a impedir um melhor desempenho dos jornalistas.
A opinião é do jornalista Elias Guito, do Grupo RNA, no Namibe, para quem esta realidade dificulta o seu trabalho.
"Lamentavelmente é algo que muitos jornalistas dominam pouco, precisamos falar muito mais sobre a liberdade de imprensa, visto que a liberdade de imprensa, os nossos direitos, são ferramentas que nos ajudam a desenvolvermos a nossa actividade com mais segurança", revelou Guito à margem de uma formação em jornalismo investigativo organizada pela Embaixada dos Estados Unidos em Luanda.
Entretanto, ainda em matéria de legislação, promotores de empresas de comunicação continuam a esbater contra obstáculos para a abertura de novos meios de comunicação.
O secretário-geral do Sindicato de Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, advertiu, por exemplo, que os preços são exorbitantes.
"Para eu ter uma rádio de âmbito local, como a Rádio Lac (Luanda Antena Comercial) eu precisaria de ter 75 milhões de kwanzas de capital mínimo, se preciso de ter uma rádio de âmbito nacional como a Rádio Nacional, precisaria de ter 250 milhões de capital mínimo", disse Cândido, acrescentando que "se quiser ter uma televisão, independentemente do ângulo de cobertura precisaria de ter 800 milhões, quando na prática esses valores acabam de inibir o surgimento de empresas de comunicação".
O monitor do seminário sobre jornalismo de investigação na era digital, organizado pela Embaixada americana, Bill Guide Sfichel, considerou que os jornalistas angolanos estão num bom caminho.
"É primeira vez em Angola que posso falar com muita autoridade, mas com a pouca interacção que eu tenho com as pessoas aqui, vejo que tem profissionais de alto nível que estão bem intencionados, que querem fazer as coisas de forma correcta e tenho muitas esperanças que vai melhorar", afirmou Sfichel no evento que termina na quinta-feira.