Duas activistas angolanas foram constituídas arguidas no processo dos jovens detidos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) e acusados pela Procuradoria Geral da República de planearem um crime de rebelião e atentado contra o Presidente da República e outros membros do Governo.
Passando agora a serem 15 presos e duas arguidas soltas.
Rosa Conde e Laurinda Gouveia juntam-se aos 15 membros do autodenominado Movimento Revolucionário arguidos.
Conde e Gouveia foram constituídas arguidas porque faziam parte do grupo que mantinham reuniões nas quais aprendiam mais sobre como fazer o activismo político.
No referido curso, além dos 15 activistas detidos a 20 de Junho e as duas novas arguidas, participaram também Emiliano Catombela, Graciano Jamba Brinco, Alexandre Chabalala e Wladimiro da Piedade.
A questão agora é saber se serão ou não constituídos arguidos.
O procurador-geral da República João Maria de Sousa disse na quinta-feira, 27, na Rádio Nacional de Angola que o processo dos 15 jovens encontra-se na sua recta final.
Laurinda Gouveia, ouvida hoje pela Procuradoria-Geral da República, denuncia a forma bárbara como foram tratadas e ameaçadas para não falarem sobre o assunto pelo sub-procurador geral da República, Luciano Kumbua.
Rosa Conde, por seu lado, mostra-se também chocada pela forma como aquele magistrado tentou intimidá-las.
No entanto, Conde afirma estar desposta a continuar até ao fim no processo.
De recordar que os demais 15 jovens encontram-se nas cadeias de Calomboloca, Kaquila, CCL e Hospital Cadeia, em São Paulo, à espera de julgamento.
A saúde de muitos, segundo colegas e familiares, inspira cuidados.
Refira-se que a activista Gouveia foi detida e brutalmente espancada por elementos da polícia no passado dia 23 de Novembro quando filmava uma manifestação de membros do autodenominado Movimento Revolucionário.