O líder da bancada parlamentar de APU-PDGB, Mareano Indi, foi sequestrado no princípio da tarde desta sexta-feira, 22, em Bissau por pessoas ainda não identificadas e libertado duas horas mais tarde.
O sequestro aconteceu depois do parlamentar ter dado uma entrevista, em que assumiu manter-se fiel ao acordo de incidência parlamentar assinado depois das eleições legislativas de março de 2019 com o PAIGC, que foi recentemente denunciado pelo líder do partido e primeiro-ministro Nuno Gomes Nabian.
Indi foi detido, segundo fontes da VOA, na estrada que dá acesso ao Setor de Safim, a 16 quilómetros de Bissau, por pessoas vestidas a civil, com catanas e paus, tendo sido levado para um lugar incerto.
Duas horas depois, Indi foi conduzido para as instalações policiais, em Bissau, onde viria a ser libertado, sem quaisquer explicações, seguindo-se mais tarde para a residência do presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá.
O deputado terá sido espancado, com o motorista e um amigo dele, de nacionalidade chinesa, e todos ficaram feridos.
No Setor de Safim, onde reside o deputado, os residentes revoltaram-se e incendiaram pneus na estrada.
Ameças e acordos
Ontem Batista Té, vice-presidente do APU-PDGB, denunciou que Mariano Indi tinha sido perseguido e recebido ameaças de morte.
Enquanto se aguardam pelos detalhes do sequestro, refira-se que Marciano Indi é um dos quatro deputados do APU-PDGB que mantêm-se fieis ao acordo de incidência parlamentar assinadocom o PAIGC, o que garante ao partido vencedor das legislativas de 2019 uma maioria no Parlamento.
Entretanto, Nuno Gomes Nabian, líder do APU-PDGB e actual Chefe do Governo, distanciou-se do PAIGC e assinou recentemente um acordo com o MADEM-G15 e o PRS, com o qual estes três partidos dizem ter uma “nova maioria” que garante estabilidade governativa.
Termina hoje o prazo que a Cedeao deu ao Presidente Úmaro Sissoco Embaló, a 22 de abril, para formar um Governo.
O Chefe de Estado deve pronunciar-se a qualquer momento.