O ministro libanês da Saúde, Firass Abiad, disse que o número de mortos em ataques israelitas na segunda-feira, 23, subiu para 274, incluindo 21 crianças, o número diário mais sangrento em quase um ano de confrontos transfronteiriços.
O número de mortos ascende a “274, incluindo 21 crianças e 39 mulheres - é o que sabemos até agora”, disse Abiad aos jornalistas, acrescentando que “milhares de famílias das zonas visadas foram deslocadas”.
Entre os mortos contam-se também dois socorristas e 16 outros trabalhadores de emergência ficaram feridos, disse Abiad, acrescentando que “duas ambulâncias, um camião de bombeiros e um centro médico foram atingidos”.
Os ataques feriram 1024 pessoas, que foram tratadas em 27 hospitais, disse Abiad.
Cerca de 5.000 pessoas ficaram feridas “em menos de uma semana” de ataques israelitas, disse, depois da explosão de pagers e walkie-talkies do Hezbollah e de um ataque israelita nos subúrbios do sul de Beirute.
Este número representa cerca de metade do número de feridos de “10.000 a 11.000” em 2006, quando Israel e o Hezbollah entraram em guerra pela última vez.
ONU avisa para consequências regionais “devastadoras”
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano advertiu esta segunda-feira, 23, que uma nova escalada na fronteira entre Israel e o Líbano corre o risco de ter consequências regionais “devastadoras”, uma vez que Israel afirmou ter atingido alvos do Hezbollah e o grupo ripostou.
“Qualquer nova escalada desta situação perigosa poderá ter consequências de longo alcance e devastadoras, não só para os que vivem de ambos os lados da Linha Azul, mas também para toda a região”, afirmou a força de manutenção da paz da UNIFIL em comunicado.
A Linha Azul é a linha de demarcação entre Israel e o Líbano.
A força expressou “grande preocupação com a segurança dos civis no sul do Líbano, no meio da mais intensa campanha de bombardeamento israelita desde outubro passado”.
“Os ataques contra civis não são apenas violações do direito internacional, mas podem constituir crimes de guerra”, afirma o comunicado.
“A FINUL reitera o seu forte apelo a uma solução diplomática e insta todas as partes a dar prioridade à vida dos civis e a garantir que não sejam colocados em perigo”, acrescentou.
O Hezbollah tem trocado tiros transfronteiriços quase diários com as forças israelitas em apoio ao Hamas desde que o ataque de 7 de outubro do grupo militante palestiniano desencadeou a guerra de Gaza, mas a violência aumentou drasticamente nos últimos dias.
O chefe da FINUL, Aroldo Lázaro, tem estado em contacto com “as partes libanesas e israelitas, sublinhando a necessidade urgente de desanuviar a situação”, refere o comunicado, acrescentando que “estão a ser envidados esforços para reduzir as tensões e parar os bombardeamentos”.
“É essencial voltar a empenhar-se plenamente na aplicação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, refere o comunicado, referindo-se à resolução que pôs fim à guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah.
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