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Kwanza é vítima da fraqueza estrutural da economia angolana, dizem economistas


Notas de Kwanza.
Notas de Kwanza.

“O FMI não tem culpa de nada.”

A grande desvalorização da moeda nacional angolana, o Kwanza, deve-se ao facto da economia angolana não ter “fundamentos” para suportar a moeda e não haver produção interna para atender a procura, disseram economistas angolanos.

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O economista e coordenador do Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada de Angola, Ula, Heitor de Carvalho disse que Angola não produz o suficiente para o consumo interno e isso foi agravado pela proibição de importações.

"Como não há produtos suficientes produzidos em Angola cria-se escassez”, disse explicando depois que “quando há muita gente a procura de arroz, por exemplo, e não há suficiente o preço sobe, assim aconteceu com todos os outros produtos”.

“Mesmo com a taxa de câmbio oficial fixa e uma enorme taxa de inflação, esse desequilíbrio entre o que produzimos e o que as pessoas procuram para comer, cortar a importação foi péssimo sob todos os pontos de vista", disse.

Para o investigador da ULA, Angola não deve continuar a depender a sua taxa ao sabor do petróleo, mas na produtividade interna em relação à produtividade externa.

Heitor Carvalho rejeitou acusações de que planos do Fundo Monetário Internacional para Angola são responsáveis pela situação, afirmando que o FMI cumpriu o seu papel.

“O FMI não tem culpa de nada”, afirmou.

Por seu turno, Alves da Rocha coordenador de outro centro de investigação, o da Universidade Católica de Angola, pensa que "a grande razão da desvalorização do Kwanza é que a economia angolana não é forte, não é estruturada, não é diversificada”.

“Quando há um abalo no sector dos petróleos, naturalmente isso se repercute de imediato nas finanças públicas e na própria economia, acrescentou o economista para quem “sendo
a economia dependente de importação, quando falta divisas, para suportar estas importações, as dificuldades de funcionamento da economia nacional aumentam e como o kwanza não tem nenhum suporte estrutural, desvaloriza."

Quanto ao papel do FMI nesta questão cambial, Da Rocha pensa que o problema está na fragilidade da nossa estrutura económica.
"O FMI na altura fez o seu papel com os acordos assinados, só que a economia angolana não tem fundamentos, não tem retaguarda, para interiorizar o que de positivo essas medidas tinham, mas é a nossa economia que não tem retaguarda, logo os efeitos perdem-se, não se verificam”, afirmou

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