O governador da província angolana de Cuando cubango, José Martins, exonerou o gestor do Hospital Geral, Fernando Cassanga, que se encontra detido desde a semana passada, juntamente com quatro outros gestores.
A Voz da América soube junto de fonte ligada à investigação que todos cumprem prisão preventiva como medida cautelar de um processo-crime, por suposto extravio de dinheiro alocado pelo Estado para compra de medicamentos e outros materiais hospitalares.
Numa nota em que dá conta da exoneração de outros gestores da província, o governante nomeia para o cargo Frederico João Carlos, que tomou posse esta quarta-feira, 17.
Indícios de peculato, tráfico de influência, associação criminosa, recebimento indevido de vantagens, corrupção passiva de funcionários e branqueamento de capitais levaram à cadeia os gestores do Hospital Geral de Menongue, a capital da província, segundo a Procuradoria Geral da Republica (PGR).
Entre os suspeitos, para além do diretor-geral, estão os altos responsáveis dos setores administrativo e de contabilidade e finanças, Ernesto Jaime, Henriques Canbinda e Agostinho Samba, e a chefe da farmácia, Teresa Mateus.
Nesta fase, de acordo com o procurador Airoso Silivondela, é prematuro avançar o valor que se supõe ter sido desviado da unidade sanitária de referência.
“Tendo em atenção que é a fase de instrução preparatória, poderemos pecar por excesso ou por defeito”, disse Silivondela, acrescentando ainda que “enquanto o processo não for introduzido em juízo, presume-se que os implicados são inocentes”.
“A prisão preventiva é apenas uma medida cautelar para o êxito da instrução”. acrescentou.
A PGR faz contas inerentes ao processo-crime, mas existem outras contas em relação ao Hospital de Menongue, aquelas que são feitas ao nível da sociedade civil.
À Voz da América, o ativista cívico, Francisco Tchombe, numa análise ao funcionamento da unidade, fala em desvio de bens e de uma gestão que nem sequer garante alimentos para os pacientes.
"Não apenas a questão dos medicamentos, também computadores, aquilo tornou-se numa área de negócios visível”, avança o ativista, mais conhecido por ‘Batalhador Avô Sofredor’.
“São denúncias que nós fizemos há bastante tempo, finalmente parece que há nova equipa da PGR, o hospital presta mau serviço, tem mais de cinco mortes por semana, temos receio de internar lá”, afirmou Tchombe.
O advogado de defesa dos suspeitos prometeu pronunciar-se sobre o caso, mas, até ao momento, a Voz da América ainda não recebeu nenhum comentário.
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