O general Abílio Kamalata Numa, antigo deputado à Assembleia Nacional pela bancada da UNITA, felicita o que chama de ‘’fim de um ciclo em Angola’’, mas acha estranho que acusações de casos de corrupção envolvendo governantes cheguem apenas de outros países.
Foi com este argumento, expresso numa entrevista exclusiva à VOA, que desafiou o MPLA a apresentar propostas de leis para o combate à corrupção.
Após a confirmação de um processo instaurado a Carlos Panzo, exonerado do cargo de secretário para os Assuntos Económicos do PR, com a PGR a admitir que poderá receber da Suíça os elementos de prova, Abílio Kamalata Numa questiona a prestação das instituições angolanas e diz esperar pelo conteúdo dos sinais de reforma.
“Não basta a forma (das reformas), é preciso olhar para o conteúdo. Estamos a sentir que as iniciativas e acusações de casos de corrupção estão a vir de fora. Aqui, o Ministério Público, tanto quanto sei, até agora não acusou ninguém que tivesse cometido alguma fraude’’, critica Numa.
Marcolino Moco
Com o general João Maria de Sousa de saída, o antigo deputado, falado para suceder a Isaías Samakuva na presidência do segundo maior partido, considera que Marcolino Moco é uma figura a ter em conta na Procuradoria-geral da República
“Primeiro é necessário que seja nomeado. Depois, vai cumprir com a agenda do seu partido, mas é uma pessoa com o sinal verde aberto, já que aprendeu muito com a sociedade civil, para as transformações que Angola precisa neste momento’’, refere Numa.
O general pede ao MPLA aquilo que a CASA-CE promete fazer na presente legislatura.
O anúncio é do deputado Lindo Bernardo Tito, que fala em cinco medidas que visam ampliar a dimensão de força alternativa
“É um aspecto de natureza legislativa, aquilo que nós consideramos como um dos grandes princípios deste mandato, que é o combate à corrupção, para o qual temos iniciativas legislativas que serão apresentadas já no próximo ano’’, anuncia o jurista e vice-presidente da coligação.
O fenómeno corrupção, com eco além fronteiras, leva Angola a pendurar acordos de cooperação com Portugal devido ao diferendo entre o antigo vice-presidente, Manuel Vicente, e a justiça daquele país europeu.