A vice-presidente dos Estados Unidos acusou neste sábado, 18, a Rússia de praticar "crimes contra a humanidade" na Ucrânia e de de realizar ataques "generalizados e sistémicos" contra a população civil do país.
As afirmações de Kamala Harris foram feitos na Conferência de Segurança de Munique, dias antes do primeiro aniversário da invasão da Ucrânia por Moscovo.
"Os Estados Unidos acusarão formalmente a Rússia de crimes contra a humanidade", afirmou Harris.
É a primeira vez que os Estados Unidos classificam formalmente as acçõesrussas na Ucrânia como crimes contra a humanidade.
“No caso das acções da Rússia na Ucrânia, examinamos as evidências, conhecemos os padrões legais e não há dúvida: são crimes contra a humanidade", afirmou.
”E eu digo a todos aqueles que perpetraram esses crimes, e aos seus superiores que são cúmplices desses crimes, vocês serão responsabilizados”, continuou Harris, cujas acusações depois de uma análise legal conduzida pelo Departamento de Estado dos EUA, que, no entanto, concluiu que elas não terão consequências imediatas para a guerra em curso.
Washington espera que tais acusações possam ajudar a isolar ainda mais o Presidente russo, Vladimir Putin, e galvanizar os esforços legais para responsabilizar os membros de seu Governo em tribunais internacionais.
"Vamos todos concordar: em nome de todas as vítimas, conhecidas e desconhecidas, a justiça deve ser feita", continuou Harris, dizendo ainda que “se Putin acha que pode nos esperar, ele está muito enganado, "o tempo não está do lado dele”.
A vice-Presidente considerou que “as acções são um ataque aos nossos valores comuns e à humanidade comum, As forças russas têm feito um ataque generalizado e sistémico contra a população civil".
Na ocasião, a vice-presidente americana enumerou uma série de abusos que, segundo ela, foram cometidos pelas forças da Rússia, incluindo assassinato, estupro e tortura.
Ela acrescentou que a Rússia agora é um país "enfraquecido" e classificou de "bárbaras e desumanas" as dezenas de vítimas encontradas em Bucha logo após a invasão da Rússia em Fevereiro de 2022. o atentado de 9 de Março a uma maternidade de Mariupol, que matou três pessoas, incluindo uma criança e a agressão sexual de uma criança de quatro anos por um soldado russo que foi identificada pelo relatório da ONU.
Entretanto, a Comissão de Inquérito sobre a Ucrânia, apoiada pela ONU, ainda não concluiu que os crimes de guerra que diz ter identificado equivalem a crimes contra a humanidade.
Organizações apoiadas pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) documentaram mais de 30.000 incidentes de crimes de guerra desde a invasão, de acordo com o governo dos Estados Unidos.
A Rússia, que diz conduzir uma "operação militar especial" na Ucrânia para eliminar as ameaças à sua segurança e proteger os falantes de russo, negou ter alvejado intencionalmente civis ou cometido crimes de guerra.
C/AFP e Reuters
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