O jurista José Machicame diz esperar que a justiça moçambicana não use a decisão do tribunal de Nova Iorque, de ilibar Jean Boustani, tido como o pivot das dívidas ocultas, para deixar de responsabilizar as outras pessoas envolvidas neste escândalo.
O libanês, que estava a ser julgado nos Estados Unidos da América, por negócios relacionados com as dívida ocultas, foi considerado inocente, esta segunda-feira, 2.
Jean Boustani, negociador da empresa Privinvest, era acusado pela Procuradoria federal dos Estados Unidos de conspirações para cometer fraude de transferências, fraude de valores mobiliários e lavagem de dinheiro.
Machicame diz que apesar desta decisão, que defraudou a expectativa de muitos moçambicanos, a justiça deve continuar a fazer o seu trabalho, relacionado com as dívidas ocultas.
"Eu quero, como moçambicano, que a justiça faça o seu trabalho; que não lave as mãos baseada na decisão norte-americana, porque penso que está demonstrado que o Estado moçambicano foi defraudado em vários planos", realçou aquele jurista.
Afirmou ainda que a própria Assembleia da República, através da comissão de inquérito criada para averiguar isto tudo, apurou este facto, "e foi por isso que remeteu as conclusões do seu trabalho às entidades competentes, pelo que deve haver todo o tipo de responsabilidades cabíveis neste tipo de actuação por parte das pessoas que o fizeram."