A Procuradoria Geral da República (PGR) apreendeu na noite de segunda-feira, 17, em Luanda, duas torres, com cerca de 25 andares, propriedades da empresa chinesa, de direito angolano, China International Fund (CIF).
Os edifícios denominados “CIF Luanda One” e “CIF Luanda Two” foram confiscados no âmbito da Lei sobre o Repatriamento Coersivo e Perda Alargada de Bens e da Lei Reguladora das Revistas, Buscas e Apreensões.
Na semana passada, mais de mil imóveis no Zango 0 e Kilamba, construídos com fundos públicos e que estavam em posse de entidades particulares, também foram apreendidos.
Os dois edifícios agora apreendidos, construídos com fundos da linha de credito chinês, eram considerados sedes dos negócios de figuras próximas ao antigo Presidente, José Eduardo dos Santos.
Na passada semana, a televisão estatal citou o nome de Leopoldino do Nascimento “Dino” e de “outras altas patentes que lhe são próximas”, como estando entre os suspeitos de serem os “ beneficiários últimos” dos imóveis arrestados pela PGR, avaliados em mais de 500 milhões de dólares.
Para o advogado Salvador Freire, o início investigação sobre os verdadeiros donos da empresa CIF muda o foco do combate à corrupção, "passando do círculo estrito da família Santos para outras figuras de destaque", do anterior Governo.
O jurista Carlos Veiga lembra existir um grupo restrito de cidadãos que obteve mais benefícios pessoais dos créditos da China.
“É fácil chegar até aí porque foram pessoas que negociaram e cooperaram com a China”, sublinha Veiga.
Não houve ainda qualquer reação dos proprietários dos prédios ou do general “Dino”.