Os resultados eleitorais em Angola são e serão fraudulentos pelo que há que buscar na concertação política o que não pode ser alcançado no sistema de alternância política, defendeu o jurista Albano Pedro em conversa com a VOA.
Albano Pedro disse que a falta de capacidade política dos partidos da oposição em controlar a máquina eleitoral montada pelo presidente do MPLA José Edurado dos Santos desde 1992 leva a que várias vozes defendam a concertação política como cenário mais ideal para garantir estabilidade no país.
Segundo o professor universitário Albano Pedro, Angola está perante três cenários.
A alternância, defendida por quase todos os partidos políticos da oposição, baseada na "hostilização" política e democrática permanente do partido no poder; a pressão, por via da resistência e manifestações até a exaustão, causando o cansaço, o descrédito e a consequente queda do poder institucional; e a concertação que vai sendo ventilada mais recentemente, por um grupo de jovens, maioritariamente formados em direito, ciência política, economia, comunicação social, entre outras áreas do saber.
Para o também jurista Albano Pedro, a concertação política é a mais viável, sem descurar a alternância política.
“Alternância é um pecado que não nos tem dado resultados palpáveis, mas não se diz que não pode haver alternância”, explica Pedro afirmando, no entanto, que esse sistema “é a origem da intolerância política”.
O professor universitário e articulista adverte ainda não haver clima para alternância política em Angola: "Temos que criar ambiente para criar condições para alternância”, defendeu.
“A alternância está viciada e está impossibilitada porque sabemos que os processos eleitorais em Angola são viciados”, acrescentou o professor para quem “um partido pode fazer uma campanha que quiser pode ter resultados que tiver, mas sabemos que não vai ganhar ”.