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Junta Militar do Mali demite primeiro-ministro e Governo


Choguel Kokalla Maiga, primeiro-ministro do Mali, 12 abril 2024
Choguel Kokalla Maiga, primeiro-ministro do Mali, 12 abril 2024

Choguel Kokalla Maiga fez críticas recentes aos militares pela indefinição quanto ao futuro do país

O líder da Junta Militar que governa o Mali demitiu nesta quarta-feira, 20, o primeiro-ministro civil e o seu Governo, dias após Choguel Kokalla Maiga ter feito uma rara crítica aos militares.

"Os deveres do primeiro-ministro e dos membros do Governo estão canelados", disse um decreto emitido pelo coronel Assimi Goita e lido pelo secretário-geral da presidência na estação de televisão estatal ORTM.

O Mali é liderado pelos militares desde os golpes de 2020 e 2021.

Em junho de 2022, a Junta Militar prometeu organizar eleições e entregar o poder aos civis até o final de março de 2024, mas depois adiou as eleições indefinidamente.

Maiga, que foi nomeado pelos militares em 2021, condenou publicamente no sábado, 16, a falta de clareza sobre o fim da transição para o governo civil.

Ele disse que a confusão pode representar "sérios desafios e o risco de retrocesso".

Maiga era visto como um “estranho” e com pouca margem de manobra em relação aos militares.

Analistas políticos dizem a demissão dele e do Governo cria mais incerteza num contexto já problemático.

Desde 2012, o Mali está mergulhado numa crise política e de segurança alimentada por ataques de jihadistas e outros grupos armados, bem como uma luta separatista no norte.

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