A autoproclamada Junta Militar da Renamo (JMR) voltou a denunciar, nesta quinta-feira, 29, um plano militar, de tropas estatais, contra as suas bases na Gorongosa, na província moçambicana de Sofala, e ameaçou, em resposta, inviabilizar a campanha eleitoral, que arranca, no sábado, 31.
Mariano Nhongo, eleito, na semana passada, presidente interino da Renamo e líder da Junta Militar da Renamo, disse que contingentes de forças de defesa e segurança estão a ser movimentados para atacar o grupo.
“Já temos informação de todos os distritos, ontem e anteontem estavam a juntar os homens da UIR (Unidade de Intervenção Rápida), para ‘devorar’ os homens da Renamo, mas estou a apelar o povo moçambicano, qualquer distrito que aceitar esse engano de Ossufo (Momade), que aceitar esse engano de (Filipe) Nyusi, esse distrito passara mal com os soldados da Renamo,” disse Nhongo.
“Temos informações que há um plano para matar todos os guerrilheiros que combateram durante os 16 anos (guerra civil), porque são esses que ficaram com as armas,” disse Nhongo.
No contacto telefónico, Nhongo ameaçou que a concretização de tal plano ir’a forçar o grupo a sabotar a votação de 15 de outubro. “Não haverá eleições este ano”.
A VOA tentou em vão ouvir o porta-voz da Polícia moçambicana em Sofala.
A Junta Militar da Renamo contesta, desde junho, a liderança de Ossufo Momade, e pretende tomar decisões sobre o processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração social dos guerrilheiros.
O líder do grupo disse vários guerrilheiros, que se apresentaram para a desmobilização, regressaram às bases, após falhar o plano do seu acantonamento na serra da Gorongosa.