O anunciado julgamento dos manifestantes e do presidente do Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwé, José Mateus Zecamutchima, alegadamente envolvidos nos distúrbios em Cafunfo no início do ano em que várias pessoas foram mortas, não será realizado na sexta-feira, 15, como anunciado, disseram advogados envolvidos no processo.
Activistas no Cafunfo disseram, no entanto, que as forças de segurança reforçaram as suas acções nas estradas de acesso à aldeia.
Salvador Freire, advogado de Zecamutchima, disse nunca ter sido informado do julgamento.
"Eu continuo em Luanda porque não tenho nenhuma informação oficial sobre o julgamento de Zecamutchima”, afirmou o advogado que ainda hoje, 14, teve contacto com José Mateus "Zecamutchima", em Luanda, na cadeia onde se encontra detido em consequência do caso "Cafunfo" pelo que este não pode ser julgado na Lunda Norte.
Zola Bambi, outro advogado de defesa no processo em que estão detidos cerca de 40 activistas, disse igualmente que os advogados não foram notificados.
"Certamente, nós estamos a representar quase que a maior dos detidos neste processo (Cafunfo), mas o que tenho a dizer é que amanhã não se vai realizar este julgamento”, afirmou.
Ele acrescentou que "é uma informação que está a passar nas redes sociais mas em termos de procedimentos legais, a defesa em momento algum foi notificada para esta audiência".
Por seu lado, Tchibitchica Tchimobi, activista cívica, disse à VOA que o povo da Lunda Norte quer ouvir em tribunal as acusações destes homens que no passado dia 30 de Janeiro de 2021 “apenas reivindicaram o seu direito consagrado na lei constitucional”.
Tchimobi criticou o controlos montado pelas forças de defesa e segurança nas vias que ligam à vila mineira de Cafunfo.