O julgamento do jornalista e activista Rafael Marques, acusado de denúncia caluniosa por generais angolanos, é retomado hoje, quinta-feira 14, no Tribunal Provincial de Luanda, depois de não ter sido conseguido um acordo extrajudicial entre as partes.
A 23 de Abril, o julgamento tinha sido suspenso para que Marques e os generais chegassem a um acordo, o que não foi possível.
O advogado de defesa do jornalista e activista David Mendes justificou o fracasso com as condições inaceitáveis pretendidas pelos generais, que não foram aceites por Rafael Marques.
Antes, Marques afirmou à VOA que a tentativa de um acordo extrajudicial se enquadrava no interesse da reconciliação e tolerância entre os angolanos.
Rafael Marques é acusado de denúncia e caluniosa por ter exposto abusos contra os direitos humanos na província diamantífera da Lunda Norte, com a publicação, em Portugal, em Setembro de 2011, do livro “Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola”.
Os queixosos são sete generais, entre eles o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior, conhecido como “Kopelipa”, e os representantes de duas empresas diamantíferas.
O julgamento teve início no fim do mês de Março, no Tribunal Provincial de Luanda.