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Julgamento de Pedro Lussaty recomeça sexta-feira em Luanda


Sala de Conferências do Centro de Convenções de Talatona, Luanda onde decorre o julgamento
Sala de Conferências do Centro de Convenções de Talatona, Luanda onde decorre o julgamento

O julgamento do “caso Lussaty” retoma esta sexta-feira, 29, em Luanda, com a leitura da acusação e contestação, após suspensão por tempo indeterminado devido a desentendimento entre o juiz da causa e a equipa de advogados de defesa dos arguidos.

Os advogados de defesa consideraram o Tribunal de Comarca de Luanda incompetente para julgar o caso, uma vez que os crimes imputados nos autos são de fórum militar ao que se sabe esta questão não foi resolvida.

O advogado de defesa no major de Pedro Lussaty arguido no caso da “Operação Caranguejo”, Francisco Muteka, confirmou à VOA, o reinício do julgamento nesta sexta-feira, 29.

"Fomos sim notificados para o arranque do julgamento nesta sexta-feira”, disse Muteka acrescentando que a questão da competência do tribunal será novamente levantada.

“Essa questão podemos continuar a levantar até ao dia da leitura da decisão da primeira instância", disse.

Muteka diz desconhecer razões que levariam o juiz da causa Andrade da Silva, a insistir no julgamento que não lhe compete.

“A essa pergunta não consigo responder”, disse.

O jurista Agostinho Candando, concordou que tudo indica que o julgamento deveria ter lugar num tribunal militar.

“Se todos os crimes ou a maior parte deles foram cometidos no fórum militar, deve sim ser o tribunal militar a julgar este processo", disse.

A “Operação Caranguejo” foi levada a cabo a 12 de Maio de 2021 e, dias depois, foi supostamente descoberto que o tesoureiro da banda militar da Presidência, Pedro Lussaty, tinha em seu nome vários imóveis no país e no exterior e carros de luxo.

Alegadamente foram encontradas na sua residência malas com dólares e euros.

O tribunal irá ouvir também 231 declarantes, entre eles os generais Hélder Vieira Dias "Kopelipa", Serqueira João Lourenço (irmão do Presidente João Lourenço), Eusébio de Brito Teixeira, João Chindande, Inocêncio Yoba e Higino Carneiro.

Antes do início do julgamento o calendário previa que a fase de audição se estendesse até 12 de Agosto.

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