Na sequência da carta aberta dos activistas dirigida ao Presidente angolano José Eduardo dos Santos, em que ameaçam uma greve de fome e a não ida ao tribunal, caso aos interrogações não terminem esta Sexta-feira, o juiz Januário José pediu calma aos réus.
No início desta semana, 14 dos 15 activistas presos, acusados de “actos preparatórios de cometimento de crime de rebelião”, assinaram uma carta em que acusavam a morosidade da fase de interrogatório do julgamento, bem como a "interferência" do Presidente da República de Angola, através da sua segurança, no poder judicial.
Aproximando-se o término da semana, o juiz Januário Domingos José, solicitou à equipa de advogados que apele à calma dos réus, sustentando que o caso não é sumário, mas sim de querela e mencionou ainda que o facto de serem realizadas audiências todos os dias úteis da semana, significa que o julgamento está a ser célere.
Na carta aberta a José Eduardo dos Santos, lia-se que caso "a fase de interrogatório se prolongue por mais uma semana" os activistas entrariam em greve de forme colectiva.
Entretanto, ainda não houve qualquer reação da equipa de defesa nem mesmo os presos reagiram se vão ou não cancelar a greve de fome colectiva marcada para amanhã.
No dia de ontem, 9 de Dezembro, a sessão de interrogatório apenas concluiu a audiência de Sedrick de Carvalho, jornalista do semanário Folha 8, tendo ficado para hoje, 10, o início do interrogatório de Fernando Tomás.
Nesta altura faltam ainda Benedito Jeremias, Nelson Dibango, Osvaldo Caholo e as duas meninas que se encontram em liberdade, Rosa Conde e Laurinda Gouveia.
O julgamento dos activistas começou a 16 de Novembro e estava previsto que durasse cinco dias, mas tem se vindo a arrastar por mais de quatro semanas, o que tem deixado advogados de defesa e arguidos bastante agastados.
O julgamento decorre há 18 dias.