O juiz do Tribunal Supremo Militar, que julga o antigo chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar de Angola, António José Maria, indeferiu o pedido de prisão do tenente-coronel, Carlos Filipe, solicitado pelo advgoado de defesa.
O pedido foi feito na quinta-feira, 12, depois de Filipe, mais conhecido por “Feijó” e antigo adjunto do general José Maria, ter dito que os documentos sobre a batalha do Cuito Cuanavale, que o general levou à Fundação Eduardo dos Santos (FESA), serem “sensíveis e classificados”.
Antes, nas suas declarações, José Maria afirmou que os documentos "não são secretos nem classificados".
O advogado de defesa, Sérgio Raimundo, de imediato, pediu a prisão de Carlos Filipe por considerar que ele mentiu em virtude dos tais documentos serem supostamente sensíveis e classificados na África do Sul e não em Angola, onde decorre o julgamento.
Depois do juiz, general António dos Santos Neto ″Patónio″, ter indeferido o pedido de Raimundo, ele recorreu da decisão, expediente que, no entanto, será analisado posteriormente.
O julgamento do antigo chefe da secreta angolana continua nesta sexta-feira, 13.
No período da manhã foi aprovada a acta da audiência de ontem e desconhece-se, por agora, se o tribunal vai ouvir o general José Maria para confrontá-lo com as declarações do seu antigo adjunto ou os demais declarantes nesta tarde.
José Maria, como é conhecido, considerado um dos homens mais poderosos durante a Presidência de José Eduardo dos Santos, está em prisão domiciliar e indiciado de autor de extravio de documentos, aparelhos ou objectos que contêm informações de carácter militar e insubordinação