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Juiz do Supremo alerta que bolsonaristas querem instaurar uma "desprezível e abjeta ditadura militar"


Manifestação de apoio a Bolsonaro em Brasília, maio de 2020
Manifestação de apoio a Bolsonaro em Brasília, maio de 2020

O juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil Celso de Mello enviou uma mensagem a alguns dos seus interlocutores na qual afirmou que apoiantes do Presidente Jair Bolsonaro querem instaurar uma “desprezível e abjeta ditadura militar” e compara a situação do Brasil, “guardadas as devidas proporções”, com o que ocorreu na Alemanha nazista com Adolf Hitler.

O conteúdo da nota é revelado pela agência Reuters que cita uma fonte que teve acesso à mensagem enviada.

Celso de Mello é o relator do inquérito que investiga se o Presidente Jair Bolsonaro, conforme acusou o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, tentou interferir no comando da Polícia Federal.

O decano da mais alta corte do país é um dos principais alvos das críticas de Bolsonaro e dos manifestantes pró-Governo que realizaram vários protestos no fim-de-semana..

Celso de Melo disse que, guardadas as devidas proporções “parece estar a eclodir no Brasil” o “ovo da serpente, à semelhança do ocorreu na República de Weimar (1919-1933)”.

“É preciso resistir à destruição da ordem democrática para evitar o que ocorreu na República de Weimar quanto Hitler”, escreveu no texto em letras maiúsculas, lembrando que, após ter sido eleito chanceler, não hesitou em romper e anular a Constituição de Weimar “impondo ao País um sistema totalitário de poder”.

O texto diz que a lei nazista concedeu-lhe plenos poderes que “lhe permitiu legislar sem a intervenção do Parlamento germânico”.

Não houve ainda qualquer reação do Presidente ou do Governo.

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