Os advogados dos 17 activistas acusados de planearem actos de rebelião e um golpe de Estado em Angola foram notificados nesta segunda-feira de que o julgamento dos mesmos realiza-se de 16 a 20 de Novembro no Tribunal Provincial de Luanda.
A confirmação foi avançada pelo advogado Walter Tondela, no dia em que Luaty Beirão completa 28 dias em greve de fome.
A esposa Mónica Almeida, diz que Luaty responsabiliza o Presidente José Eduardo dos Santos, pelas consequências da sua greve de fome por se imiscuir na Justiça.
A revelação está numa das cartas escritas pelo activista que, no entanto, desresponsabiliza os serviços penitenciários por aquilo que passa nas cadeias.
“Luaty está fraco, mas está lúcido, ou seja, é o Luaty que eu conheço”, disse Almeida.
Quanto a uma carta em que Luaty Beitão fala do destino a dar ao seu corpo em caso de morte, a família lamenta que foi revelada por via não oficial e sem autorização da família.
Quem visitou ontem o activista foi o pároco de Nossa Senhora de Fátima do Chiange, Pio Wacussanga, que disse esperar por Luaty Beirão em Gambos, província da Huíla,
Wacussanga confirmou que o estado do Luaty é débil, mas que não se pode apenas apelar ao Luaty para acabar com a greve de fome.
O pároco defende que os activistas aguardem o julgamento em liberdade.
“Nem eu mesmo tentei convencê-lo a parar com a greve porque se outros estão em liberdade, eles podem também estar em liberdade e esperar o julgamento”, defendeu o pároco.
Entretanto, hoje os advogados dos 17 activistas foram notificados que o julgamento dos mesmos realiza-se de 16 a 20 de Novembro no Tribunal Provincial de Luanda, como disse à VOA Walter Tondela, membro da equipa de defesa:
"Estamos estupefactos com o merendissimo juiz da causa que mantém a prisão mesmo sabendo que é ilegal”, disse.
Refira-se que Albano Bingo, outro activista em greve de fome há 11 dias, encontra-se bastante debilitado na cadeia de São Paulo.