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João Lourenço: "Rompemos com o tabu da luta contra a corrupção"


João Lourenço, candidato do partido MPLA, que procura um segundo mandato em Angola, encerrou a campanha eleitoral com um comício na maior praça eleitoral, Luanda.
João Lourenço, candidato do partido MPLA, que procura um segundo mandato em Angola, encerrou a campanha eleitoral com um comício na maior praça eleitoral, Luanda.

Num tom mais comedido, e de menos provocação aos seus principais adversários políticos, João Lourenço orientou na manhã deste sábado, 20, o comício de encerramento da campanha eleitoral do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), na localidade do Camama, em Luanda.

Depois de um périplo extensivo por quase todas as províncias do país, o MPLA voltou à maior praça eleitoral angolana, Luanda, para dar por encerrado o período de três semanas de campanha eleitoral rumo às eleições de 24 de Agosto próximo.

"Muito se falava e nada se fazia", acusou João Lourenço no último discurso de campanha em Luanda
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Ao contrário daquilo que já se estava a tornar um "habitué" nas intervenções de comícios desta natureza do candidato número 8 do boletim de voto, Lourenço trouxe para Luanda um discurso essencialmente focado em dois aspectos: as conquistas do seu primeiro mandato e as suas promessas para o quinquénio 2022-2027, caso vença as eleições.

Apoiantes do MPLA exibem bandeiras do partido no comício de encerramento de campanha eleitoral. Camama, Luanda.
Apoiantes do MPLA exibem bandeiras do partido no comício de encerramento de campanha eleitoral. Camama, Luanda.

“Hoje há muita maior liberdade de expressão e imprensa fruto da abertura dos últimos 5 anos'', disse Lourenço aquando do começo do seu discurso que teve sempre uma tónica muito assente nas insuficiências da governação que o antecedeu, a de José Eduardo dos Santos.

Lourenço fez estas referências ao passado utilizando expressões como "eles não fizeram" e "muito se falava mas não se fazia", sem ter mencionado, uma vez que fosse, o nome do seu antecessor, apesar da expectativa existente fruto do anúncio do governo feito esta manhã da chegada dos restos mortais do homem que governou Angola por 38 anos.

Apoiantes do MPLA, membros da Organização da Mulher Angolana (OMA) no comício de encerramento de campanha do partido, mostram os dedos aludindo ao número 8, número do MPLA no boletim de voto. Camama, Luanda. Angola 20, 2022
Apoiantes do MPLA, membros da Organização da Mulher Angolana (OMA) no comício de encerramento de campanha do partido, mostram os dedos aludindo ao número 8, número do MPLA no boletim de voto. Camama, Luanda. Angola 20, 2022

"Rompemos com o tabu da luta contra a corrupção (...), ninguém poderia procurar tirar do papel esta orientação do partido que é antiga, de acabar com algo que nos envergonhava”, disse João Lourenço.

Foi um discurso muito focado em promessas na área da saúde, energia e emprego. A saúde, um dos maiores calcanhares de Aquiles de Angola, mereceu tempo extra no último discurso do cabeça de lista do MPLA.

Falando a milhares de militantes, observadores eleitorais e outras entidades, João Lourenço, que procura a reeleição destacou também parcerias com consórcios internacionais para a área da energia e infraestruturas, nomeadamente os caminhos-de-ferro de Benguela e Corredor do Lobito, cuja concessão da gestão vai ser atribuída a empresas portuguesa e suíça e a um grupo de empresas chinesas respectivamente.

Em mais uma referência à gestão governativa anterior, Lourenço prometeu concluir a barragem de Caculo-Cabaça dizendo que depois disso Angola poderá exportar energia aos países vizinhos.​

Mayra de Lassalete & Israel Campos

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