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João Lourenço apela jovens a assumirem cargos no MPLA


João Lourenço no encontro com secretários dos Comités de Ação do Partido (CAP) do MPLA, Luanda, 26 agosto 2024
João Lourenço no encontro com secretários dos Comités de Ação do Partido (CAP) do MPLA, Luanda, 26 agosto 2024

Ele acusou a oposição de estar por trás da destruição de bens públicos e apelou à unidade interna

O presidente do MPLA, partido no poder em Angola, desafiou os jovens assumirem os cargos no partido, apelou à unidade interna e condenou qualquer tentativa de divisão, ao discursar nesta segunda-feira, 26, em Luanda, numa reunião com cerca de 2.700 primeiros secretários dos Comités de Ação do Partido (CAP).

Na sua intervenção, João Lourenço também acusou a oposição de estar por trás da destruição de bens públicos, mas enfatizou a importância da renovação na liderança do MPLA, com a inclusão de mais jovens.

João Lourenço apela jovens a assumirem cargos no MPLA
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Numa leitura ao discurso de Lourenço, o analista político Rui Kandov diz que um terceiro mandato de Lourenço está fora de questão, enquanto o jurista Joaquim Jaime afirma que a renovação da liderança do MPLA deverá acontecer apenas no congresso de 2026.

No encontro à porta fechada, o presidente do MPLA e responsáveis partidários de base discutiram a renovação no partido, tendo Lounreço desafiado os jovens a assumirem posições de liderança no MPLA e no país.

Secretários dos Comités de Ação do Partido (CAP) do MPLA no encontro com João Lourenço, Luanda, 26 agosto 2024
Secretários dos Comités de Ação do Partido (CAP) do MPLA no encontro com João Lourenço, Luanda, 26 agosto 2024

“Vamos, por isso, continuar a apostar nos nossos jovens, prepará-los e dar-lhes todas as oportunidades de ascenderem até onde suas capacidades permitirem, inclusive para a assunção do mais alto posto de Presidente da República”, disse.

Na eleição para renovação de cargos, João Lourenço condenou o que chamou de tráfico de influência na promoção de militantes a cargos e defendeu critérios justos e transparentes para essas nomeações.

Ele desafiou os líderes locais a dialogarem com as pessoas, "em vez de ficarem em reuniões", e a irem lá onde o Governo não resolveu os problemas.

O analista político Rui Kandov considera que, ao fazer a defesa da renovação do partido, João Lourenço deixou de fora um eventual terceiro mandato presidencial e que já sinalizou a sua preferência por quem poderá sucedê-lo.

“O Presidente João Lourenço diz claramente, ou passa um indicador, de que a sua preferência é para um quadro com perfil jovem. E, neste particular, eu penso que o Presidente João Lourenço foi feliz, porque, na verdade, toda essa geração que faz parte daqueles que conduziram o país até os dias de hoje, precisa, necessariamente, ser renovada", aponta Kandov, que reforma a tese de que "a descrença do próprio partido está um pouco associada a esses quadros que estiveram envolvidos em diferentes momentos importantes do país, mas é preciso olhar para o futuro, é preciso olhar para a frente e não são mais esses quadros”.

Secretários dos Comités de Ação do Partido (CAP) do MPLA no encontro com João Lourenço, Luanda, 26 agosto 2024
Secretários dos Comités de Ação do Partido (CAP) do MPLA no encontro com João Lourenço, Luanda, 26 agosto 2024

Já o jurista Joaquim Jaime diz ser pouco provável que haja renovação da liderança do MPLA ou candidaturas alternativas no congresso extraordinário de dezembro deste ano, uma vez que o tema não está na agenda.

“Aqueles militantes que têm estado a movimentar-se um pouco pelo país, apresentando a sua possível pretensão de liderar o MPLA, eu julgo que hoje receberam este recado e com muita atenção, parem de fazer essas movimentações porque terão de aguardar até 2026, por ocasião da realização do Congresso Ordinário, que vai coincidir estatutariamente com o fim do mandato na liderança do partido do presidente João Lourenço. Isto, pelo menos, ficou claro”, aponta Jaime.

Aquele jurista e analista político também destaca o facto de o encontro ter evidenciado uma sintonia de João Lourenço com as bases do MPLA e seu compromisso em manter a unidade partidária.

Entretanto, o militante do MPLA, Aniceto Cunha, realça que o encontro é inédito e que além de dar a possibilidade de cada um dos secretários se expressar livremente em até três minutos serviu igualmente para a interação entre o líder do partido e os militantes de base.

“Há pensadores que dizem que a própria democracia representativa está em crise, mas aqui a novidade é que houve, digamos, uma liberdade de quem quisesse participar, deu-se a oportunidade para cada um que pudesse intervir com uma síntese de três minutos. Todos pudessem apresentar o seu ponto de vista, questionamento e sugestões", diz Cunha.

Na sua intervenção, João Lourenço concluiu que, com as reformas em curso, o combate contra a corrupção, a criação de um melhor ambiente de negócios, a diversificação da economia, o sucesso do programa com o Fundo Monetário Internacional, a maior abertura ao mundo, ele vê "um futuro risonho para o nosso país, Angola".

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