Jovens da região centro de Moçambique queixam-se que as políticas do Governo continuam longe da realidade das necessidades do grupo que representa cerca de 80 por cento da população do país.
Na óptica de vários líderes juvenis, as políticas de empego e saúde continuam não alinhadas com as taxas de desemprego juvenil e da saúde reprodutiva, num país com altas taxas de casamentos prematuros e índices elevados de infecção por HIV.
Fina Semente, jovem da província de Manica, disse à VOA que, além de melhorar a política de emprego, o Governo devia criar oportunidades de empreendedorismo agrário para jovens, cedendo terra e recursos.
Já Luzibina Mário, da Zambézia, defendeu que o Executivo deve disponibilizar mais informação e educação sobre saúde sexual e reprodutiva, em áreas rurais e urbanas, para reduzir as taxas de gravidezes e casamentos precoces.
Por sua vez, Zélia Menete, directora executiva da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), disse que a dispersão de posições, das várias esferas juvenis, tem propiciado a exclusão desta classe.
"A sua união vai permitir que essa fragmentação possam falar entre si e ampliar as vozes e multiplicar as faces dos jovens, que não sejam só os das capitais províncias, mas também rurais", reforçou Zélia Menete.
Para aquela activista, jovens ligados às igrejas, partidos políticos e de organizações sociais têm uma visão diferente sobre o desenvolvimento, havendo necessidade de aglutinar as ideias para influenciar as políticas juvenis em Moçambique.
A FDC, presidida pela antiga primeira-dama Graça Machel, tem promovido encontros de jovens a vários níveis no sentido de criar uma agenda comum que leve o Governo e o sector privado a redefinir as suas políticas e prioridades juvenis.