A falta de empregos em Angola afecta particularmente a faixa juvenil que desespera-se ante a situação que tornou-se mais complexa com a pandemia da Covid-19.
A ministra da Administração Pública Trabalho e Segurança Social, Teresa Dias, reconheceu recentemente que o desemprego juvenil é uma preocupação do Executivo, que tudo está a fazer para, não acabar, mas pelo menos, minimizar esse défice de emprego.
A procura por uma oportunidade de emprego é grande e as ofertas são escassas para não dizer quase nenhumas.
A VOA foi a vários Centros de Emprego em Luanda conversar com os jovens que procuram uma oportunidade.
“O nosso Governo não está preparado para dar solução aos problemas dos jovens, olhe que neste momento estou aqui a andar com o currículo e ando a bater portas e nada, apesar de estar ainda a me formar, mas as oportunidades são raras, depois estamos num país onde o emprego é muito dependente do Estado e não devia ser assim, o Estado deveria potenciar o surgimento de mais empresas privadas", afirma um dos nossos entrevistados que preferiu o anonimato.
Helena, que se identifica apenas com o primeiro nome, tem 33 anos de idade e diz que perdeu o emprego devido à Covid 19.
"O emprego está difícil sim, os jovens querem contribuir, mas onde é que está o emprego? O nosso Governo deve ver esta situação que afecta sobretudo os jovens", afirma Helena.
Outra jovem que se apresenta como Elizandra diz que a pandemia atrapalhou as coisas e pede ao Presidente para cumprir as promessas feitas.
"Estou sem emprego, já meti documentos, com esta pandemia está difícil conseguir um emprego, segundo o Presidente da República iriam ser abertas muitas empresas este ano, até agora não estamos a ver nada”, lamenta, questionando “se no próximo ano, o último do seu reinado, as coisas vão melhorar".
Luis,de 23 anos de idade, considera que a Covid-19 não é a culpada pelo desemprego dos jovens.
"A Covid-19 não trouxe o desemprego, só veio destapar o problema porque sempre houve desemprego entre os jovens, a doença só veio tirar mais oportunidades de emprego para a juventude, não podemos atirar as culpas à Covid-19, são problemas com os quais lidamos sempre", remata.
O Instituto Nacional de Estatísticas revelou a 31 de outubro que a taxa de desemprego em Angola aumentou no terceiro trimestre para 34%, 1,3 pontos percentuais em relação aos três meses anteriores (32,7%) e 3,9 pontos percentuais face ao período homólogo (30,1%).