A juventude angolana faz face actualmente a uma situação de desespero para alguns, mas há quem afirme que se vive numa nova era de esperança quanto ao futuro.
Isto ficou claro num encontro em que as autoridades e líderes juvenis discutiram, esta quinta-feira, 12 dia Internacional da Juventude, os desafios da juventude angolana.
Enquanto os jovens dizem-se cépticos quanto à resolução dos problemas da saúde, emprego e educação, outros prometem dias melhores.
Pedro Chale estudante angolano presente no diálogo da juventude sobre os objectivos de desenvolvimento sustentáveis, realizado pelo Conselho Nacional da Juventude CNJ, disse que os desafios económicos, políticos e sociais são as grandes preocupações da juventude angolana.
Estes desafios impedem a juventude de se realizar, disse.
“Até mesmo aqueles que conseguem ingressar para alguma universidade ainda assim encontram grandes debilidades, estamos a falar realização económica, política e social”, disse.
A mesma opinião tem a estudante Evandra Fortunato, que aponta a falta de emprego, elevado consumo de bebidas alcoólicas e a crescente onda de criminalidade como esconderijos das grandes frustrações da juventude.
“Também já fui daquelas que acreditava que a falta de oportunidades não deve levar as pessoas para os maus caminhos, mas como eu digo a fome tem tornado os pessoas em seres irracionais”, disse, mencionado a fome como razão para o crime e prostituição.
Em resposta, Isaías Kalunga, Presidente do Conselho Nacional, defende que o futuro será melhor. Por isso, disse, os jovens devem ter calma.
"Eu confio que amanhã será melhor porque as medidas que o Presidente João Lourenço está a tomar são a base para que se possa ter resultados positivos a curto ou a médio prazo”, disse.
Já Kikas Machado, director das Políticas para a Juventude do Ministério da Juventude e Desportos, o foco do Executivo angolano, disse que para melhoria das condições da juventude o empenho ao empreendedorismo e o voluntariado juvenil, são as principais “alavancas” para se “mobilizar a juventude atrás das suas organizações preparando-os para o momento pós crise” .
Em relação a um recente abaixo assinado de líderes juvenis que solicitam diálogo com João Lourenço alegando completa inércia do Ministério da Juventude e Desportos e do CNJ, Machado disse que as organizações assinantes têm insistentemente discutido os problemas da juventude ao seu nível e os problemas têm sido resolvidos.