José Borges concluiu a licenciatura em Comunicação e Relações Públicas em novembro de 2018 no Instituto Politécnico da Guarda, Portugal, e a vida do recém formado não demorou muito para mudar completamente.
Em entrevista à Voz da América, o jovem - natural da Roça Água-Izé na Ilha de São Tomé - contou que foi recentemente contratado para trabalhar como analista para assuntos internacionais da África no Centro Universitário do Sul de Minas (UNIS), Brasil. Sua função é dar continuidade ao projeto que liderou durante o seu estágio no primeiro semestre de 2017 a fim de atrair alunos de países lusófonos para estudar no Brasil.
“Lembro que quando cheguei cá [em 2017] o reitor me disse o seguinte: Olha José, eu tenho parceria com a Rússia e não tenho com nenhum país africano de língua oficial portuguesa, que são países irmãos do Brasil. Então você vai me trazer os alunos africanos”.
José não perdeu tempo, e antes do estágio terminar já havia estabelecido parcerias concretas com representantes de Angola, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Cabo Verde.
“Atualmente estamos com nove alunos africanos a estudarem cá, tanto na graduação como na pós-graduação".
O jovem explicou que o seu regresso era inevitável porque desde o início sempre houve interesse de ambas as partes.
“Trabalhar para a África e com a África sempre foi meu sonho”.
No novo emprego, José é responsável por tudo que é relacionado com a África.
“É bom que as pessoas saibam que não oferecemos bolsa de estudos. É vaga de estudos, ou seja, isso tem um custo ao aluno”.
Sobre estágios para os estudantes africanos no Brasil, José explicou que vai haver um ajuste referente ao ano letivo de 2020.
“Além de ofertarmos alojamento, seguro de saúde e assistência burocrática, vamos agregar o estágio remunerado e o curso de língua portuguesa para os estudantes africanos. Vamos ajustar os preços antes de agregarmos as ofertas”.
V Congresso Internacional
Entre os dias 22 e 27 de abril será realizado o V Congresso Internacional organizado pelo grupo UNIS. O tema deste ano é “O Mundo em Disrupção”. Segundo José Borges, representantes de dez países já estão confirmados, entre eles o reitor da Universidade de São Tomé e Príncipe, Ayres Bruzaca, o presidente do Conselho Municipal de Nampula, Paulo Vahanle, e a reitora da Universidade de Cabo Verde, Judite Nascimento.
"Já tá mais do que na hora de nós africanos começarmos a avancar porque durante muito tempo fomos relegados a segunda opção."
Para entrar em contacto com José Borges escreva um e-mail para jose.borges@unis.edu.br
Confira a entrevista para saber como foi o reencontro de José Borges com os alunos africanos, quais as dificuldades que enfrentam, e também saber mais sobre inscrições para estudar no Centro Universitário do Sul de Minas Gerais.