Sabalo Salazar, de 26 anos, é natural do Lobito, Benguela, mas está a estudar Direito em Lisboa, Portugal. Vai terminar o curso no ano que vem e já planea iniciar um mestrado em Criminologia.
Esta é a segunda vez que Salazar participa da rubrica "Espaço do Ouvinte" e agora ele quer fazer um apelo ao presidente José Eduardo dos Santos.
"Tem que dar um basta primeiro no caso dos 15+1, que é um caso que cada vez mais está a deixar o país totalmente sensível e vulnerável em todas as esferas," lamenta.
Segundo Salazar, "o presidente angolano e o seu regime, durante muito tempo, estão a confundir a paciência e a fraqueza do povo angolano".
"Então, como um cidadão angolano, venho declarar nesse dia que nós não somos um povo covarde. Nós não somos um povo nervoso. Nós não somos um povo frouxo. Então, nós somos um povo paciente," afirma.
O jovem lembra que Angola é composta nesse momento por três gerações: a que sofreu com o colonialismo, a que sofreu com a guerra, e a do pós-guerra.
"As duas primeiras gerações ensinaram a terceira a ser uma geração mais pacífica. Mas essa terceira geração está a se levantar com uma visão mais ampla e abrangente para dar um futuro melhor para uma nova geração".
Salazar enfatiza que é importante entender o propósito dos jovens da nação para não abusar da futura geração. "Onde o propósito não é conhecido o abuso é inevitável," afirma.
Salazar espera que o presidente José Eduardo dos Santos "dê um basta nessa má governação que está a acontecer no nosso país".
Ele afirma que a corrupção está a afectar a economia. E acrescenta que o investimento dedicado exclusivamente à segurança, negligenciando os sectores da educação, habitação e saúde, faz com que o angolano não se conforme com a actual governação.
"Cada vez mais o país está a ir para o abismo".
Salazar deseja que seu país torne-se mais livre em 2016. Ele ainda espera que Angola "tenha indicadores para um desenvolvimento democrático, uma liberdade política, uma liberdade de imprensa, uma liberdade em todas as esferas. É isso que nós pedimos," conclui.
Confira a entrevista na íntegra.