O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, considerou o tráfico de droga “um assunto muito preocupante que deve dizer respeito a todos os guineenses”.
As afirmações do Chefe de Estado guineense foram feitas numa grande entrevista concedida a vários órgãos de comunicação social, para marcar quarto ano de mandato, que se assinala no sábado, 23 de Junho.
“Há acções que estão a ser empreendidas. A única coisa que eu fiz, fui ao Estado Maior General das Forças Armadas, para pedir às Forças de Defesa e Segurança para pedir apoio para podermos resolver a Guiné-Bissau deste flagelo”, revelou Vaz.
Sobre a exploração dos muitos recursos naturais do país, José Mário Vaz é da opinião que a Guiné-Bissau não está ainda preparada para encarar essa fase.
“Não vejo, com bons olhos, neste momento, a exploração dos nossos recursos naturais. Eu acho que o país não está preparado. A exploração dos recursos naturais é uma grande responsabilidade e exige o nível de preparação fora do normal, e sobretudo, a nível das Forças de Defesa e Segurança”, defendeu o Presidente.
Questionado sobre cargas da polícia contra diferentes grupos de manifestantes, que pediram a sua renúncia, Vaz disse desconhecer taios repressões.
“Tendo o conhecimento sobre este assunto, fazia o uso da minha competência, perguntando ao Chefe de do Governo o que é que está a acontecer, porque temos que habituar a conviver com isso. Mas, também, há leis, há perímetros, há espaços que devem ser respeitados”, sublinhou Voz na conversa com os jornalista..
No capítulo da justiça, o Presidente da República nega ter alguma influência sobre o Procurador-geral da Republica, o qual depende da sua nomeação:
“O poder judicial é independente e autónomo e os magistrados e o próprio Procurador-geral da República agem de acordo com a sua consciência e as leis”, defendeu.
Ainda nesta grande entrevista, José Mário Vaz não confirmou se vai ou não recandidatar-se às próximas presidenciais de 2019.
Para o Presidente guineense, o mais importante agora é que as eleições legislativas, marcadas para Novembro, corram de forma ordeira.
Noutro assunto, ele manifestou a sua vontade em trabalhar com quem quer que seja, mesmo se fosse Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, com quem, manifestamente, não se dá bem.
“O objectivo, de facto, é trabalhar para a nossa terra”, sublinhou.
Apesar da sua Presidência ser marcada por uma crise politica, considerada por muitos analistas como uma das mais profundas na recente história da democracia guineense, com seis primeiros-ministros e sete Governos, José Mário Vaz defende que o país não perdeu com a crise.
“O que a Guiné-Bissau não conseguiu foi trazer investidores e os empréstimos... Mas os empréstimos não é a Guiné-Bissau que decide. Temos um programa com FMI e o Banco Mundial. E estes programas credibilizam o país, junto as outras instancias”, concluiu.
A eleição presidencial está prevista para o ano de 2019.