O regresso do antigo Presidente angolano ao país na terça-feira, 14, continua a atrair atenções e a suscitar comentários e análises.
Muitas são as razões avançadas para este regresso e nos meios políticos questiona-se se haverá desenvolvimentos, nomeadamente na "família MPLA".
O jornalista William Tonet entende que vários cenários estão abertos com a chegada de Santos, sendo um deles o de poder apaziguar o partido.
“José Eduardo dos Santos pode ser um elemento capaz de apaziguar os ânimos dentro do MPLA, mas vai depender das idas ao Miramar”, aponta Tonet, quem lembra que, por outro lado, “ele enerva muitos dos seus confrades com o silêncio até porque é um grande gestor de silêncio”.
O professor universitário e jurista Albano Pedro também é de opinião que o regresso do antigo Presidente pode significar o início da reconciliação dentro do partido.
“A ausência dele era problemática, agora que ele veio dá esperança de que ele regressou para inaugurar este momento de reaproximação da grande família MPLA”, afirma Pedro, que acredita que o regresso do antigo Presidente é fruto de uma concertação com o actual Chefe de Estado João Lourenço.
A VOA contactou oficiais militares políticos próximos de Santos que, no entanto, não responderam ao nosso pedido.
O general Zé Maria respondeu-nos, mas negou prestar qualquer declaração por segundo ele pertencer à classe castrense.
Entretanto, Manuel Mendes de Carvalho Pacavira, conhecido como General Paka, diz que José Eduardo dos Santos tem na sua agenda a resolução de problemas que o MPLA vive.
“Este MPLA de José Eduardo dos Santos, composto por gente imoral, certamente vem a resolver esses problemas de imoralidade”, remata.
O homem que dirigiu Angola por 38 anos foi recebido no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro em Luanda pelo protocolo de Estado, mas sem a presença de nenhum representante do Estado ou do MPLA.