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Jornalistas guineenses reagem a agressão de colegas e reiteram boicote ao PR


Rádio comunitária, Guine-Bissau
Rádio comunitária, Guine-Bissau

Uma jornalista da Rádio Capital FM, na Guiné-Bissau, foi agredida na quarta-feira, 31, pela Polícia de Intervenção Rápida quando fazia a cobertura de uma vigília organizada por professores contratados em frente ao Ministério da Educação Nacional.

Na ocasião, uma repórter da Rádio Popular foi atropelada pela mesma equipa, enquanto outro repórter da CFM que fazia vídeo foi perseguido pela polícia.

Uma nota da Rádio Capital FM, divulgada horas depois, informou que "as duas jornalistas encontram-se num dos hospitais em Bissau a serem assistidas".

Em reação a este novo incidente, o Sindicato dos Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social da Guiné-Bissau (SINJOTECS) considerou o episódio de “triste e de brutalidade policial contra os profissionais de comunicação durante o exercício laboral” e apelou à "união no seio da classe jornalística na luta contra atropelos à liberdade de imprensa”.

“O SINJOTECS condena sem reservas o ato de agressão física perpetrado por agentes de Polícia da Intervenção Rápida contra a jornalista Djuma Culibali da Rádio Capital FM e da outra vítima que foi atropelada propositadamente pela polícia, a Ngouisam Casimiro Monteiro, da Rádio Popular, ambas faziam a cobertura jornalística de uma vigília dos professores à frente do Ministério da Educação Nacional”, lê -se no comunicado, que reitera o apelo feito, no dia 14, de "boicote de todas as atividades públicas do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e extensivo ao seu Governo”.

A organização exorta os jornalistas e os diretores dos órgãos de comunicação social “a não comparecerem ao encontro” marcado por Umaro Sissoco Embaló com os profissionais da comunicação social, no próximo dia 5.

Apoio de jornalistas cabo-verdianos

A Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) emitiu uma nota em que "repudia veementemente as agressões perpetradas pela Polícia de Intervenção Rápida contra jornalistas em Bissau".

"Estas ações representam uma grave violação à liberdade de imprensa e ao direito à informação, princípios fundamentais em qualquer democracia”, diz a AJOC, que exige “uma investigação rigorosa e a responsabilização dos envolvidos, além de garantias de proteção para todos os profissionais de imprensa no exercício das suas funções”.

Os jornalistas cabo-verdianos expressam a sua "solidariedade às jornalistas agredidas, e deseja força ao Sindicato dos Jornalistas da Guiné-Bissau e à sua presidente, Indira Balde, na luta pela defesa dos direitos dos jornalistas e da liberdade de imprensa".

Protesto dos professores

Quanto ao protesto dos professores contratados, o porta-voz do grupo disse que os docentes estavam apenas a reivindicar os seus direitos e alguns deles foram chicoteados pela polícia.

“Chegámos ao Ministério e encontramo-nos com o director dos Recursos Humanos e perguntamos-lhe sobre a nossa situação em termos de pagamento de salário, que desde o início do contrato recebemos apenas um mês e outros não. Ele respondeu a todas as perguntas que colocamos”, contou Nicandro Indjai à imprensa, acrescentando que quando já estavam a deixar o local, chegou uma viatura da Policia, que atropelou uma jornalista, além de ter dado ordem para se abandonar o espaço.

“Como se não bastasse, perseguirem os manifestantes até à escola de Ensino Básico Unificado Salvador Allende, batendo mais uma vez num jornalista que estava a cobrir a vigília”, afirmou Indjai, que instou o Ministério a pagar dívidas contradas com os professores.

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