Os jornalistas da rádio e televisão públicas de Angola ameaçam convocar uma greve caso as administrações das duas empresas se recusem a aceitar as exigências contidas num caderno reivindicativo entregues na segunda-feira, 25.
Teixeira Cândido, presidente do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) disse à VOA que as direccões destes órgãos tem cinco dias para reagirem ao caderno reivindicativo.
Entre as reivindicações está a criação de um salário mínimo para a classe jornalística de 180 mil kwanzas (cerca de 500 dólares), uma vez que, actualmente, não existe qualquer limite mínimo, embora haja discrepâncias entre os que, em Luanda, auferem um mínimo de 93 mil kwanzas (300 dólares), e os do resto do país, cujo valor é, em grande parte dos casos, de 43 mil kwanzas (cerca de 150 dólares).
A decisão foi tomada por cerca de cinco dezenas de profissionais da Rádio Nacional de Angola (RNA) e da Televisão Pública de Angola (TPA) durante uma reunião com o SJA, na qual foi redefinido o caderno de reivindicações exigidas há quase um ano, que também inclui critérios para a atribuição de salários, assim como a transparência nas receitas publicitárias.
Teixeira Cândido, presidente do SJA que encabeça a revindicação, disse que caso a direcçao das empresas não se pronunciem os trabalhadores vão paralisar os trabalhos.
“Passados 20 dias, se não chegarmos a qualquer entendimento os trabalhadores podem paralisar os trabalhos”, garantiu Cândido, que que diz não entender como é que com falta de condições de trabalho nestas empresas ainda assim “os responsáveis compram viaturas de topo de gamas”.
“Às vezes temos falta de papeis, falta de tóneres mas os responsáveis destes órgãos aparecem com meios caros”, denunciou.
A VOA tentou contactar a direcção da RNA e da TPA, mas não obtivemos qualquer resposta.