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Jornalistas criticam formato da conferência de imprensa de Presidente angolano


João Lourenço
João Lourenço

Dizem que a assessoria escolheu os que podiam colocar perguntas a João Lourenço

A primeira conferência de imprensa do Presidente angolano nesta segunda-feira, 8, chamou a atenção a opinião pública, mas os temas tratados e a forma como foi organizada não terá agradado a muitos, principalmente os jornalistas que criticaram o facto de a assessoria da Presidência ter escolhido aqueles que podiam colocar questões.

As reacções também não se fizeram esperar, também de especialistas.

“Para quando a subida do salário da função pública?”, foi uma das questões colocadas a João Lourenço, tendo o chefe do Executivo assegurado que para já é impossível devido à fraqueza da economia nacional.

O economista Faustino Mumbica discorda.

“Se for bem discutida, a questão da dívida pública com toda abertura e transparência veremos que há sim condições para subir os salários em vez do Governo manter essa posição estanque", defendeu Mumbica.

O que mais a imprensa estrangeira quis saber era sobre o processo do antigo vice-presidente Manuel Vicente em Portugal, a questão do Fundo Soberano e uma possível exoneração de José Filomeno dos Santos.

Entretanto, nem todos puderam colocar preguntas a Lourenço.

A assessoria da Presidência escolheu os órgãos que deviam perguntar e apenas uma pergunta.

Alguns ficaram de fora das escolhas, como Mariano Braz do jornal o Crime.

"A organização da colectiva falhou, eu e o meu jornal fomos excluídos, não sei que critérios foram usados", pergunta Braz.

Fonseca Bengui, jornalista e membro do sindicato da categoria, também contestou a metodologia da conferência de imprensa porque “os moldes não foram dos melhores, excluiram-se muitos jornalistas que não conseguiram tirar as duvidas com o Presidente".

Porquê 40 anos depois?

Por seu lado, Pedrowski Teca, do F8, diz que ficou pela vontade.

"O jornal F8 foi muito ostracizado pelo regime de JES, as gráficas negam-se a imprimir o jornal, as empresas negam-se a publicitar no jornal, os jornalistas de órgãos privados não se sentem livres, estas questões eram para Joao Lourenço", reforçou Teca.

Entretanto, o jornalista William Tonet diz que não se deve vangloriar com algo que é normal.

“É um acto que tardou e não se pode ver isso como novidade, em democracia o contacto do Presidente com a imprensa é rotineiro, banal, não devemos tornar isso num grande feito, o que se deveria perguntar ´é porquê depois de 42 anos só agora´"

Na conferência de imprensa participaram cerca de 200 jornalistas nacionais e estrangeiros.

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