A Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) posiciona-se contra o Código de Ética e Conduta implementado pela Radiotelevisão Cabo verdiana.
O presidente da AJOC, Carlos Santos, afirma que o documento constitui um “autêntico retrocesso, porquanto limita claramente os direitos e liberdades dos jornalistas e demais trabalhadores da RTC”.
Em declarações à VOA, Santos acrescenta que não se deve confundir os assuntos laborais com a vida privada de cada um, “mormente quanto se limita o direito ao pensamento e liberdade de opinião nas redes sociais”.
O jornalista afirma que a organização vai denunciar essa situação junto de organismos internacionais,nomeadamente a Federação Internacional de Jornalistas e outras entidades que defendem a liberdade e direitos humanos.
A AJOC promete apoiar os jornalistas noutras formas legais de luta, incluindo recurso às instâncias judiciais adianta.
A VOA tentou ouvir a RTC , mas a presidente do Conselho de Administração, Sara Pires, afirmou que empresa não tem “nada a declarar” sobre o assunto.
A Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa (FJLP) já tinha denunciado o Código de Ética e Conduta dizendo que contém "um conjunto de medidas de censura" e que é um instrumento que "não se concebe num Estado democrático de direito".
Numa carta enviada à AJOC e à RTC, a organização de jornalistas da CPLP disse que o referido Código de Ética, “ao contrário do que se propaga como justificativa da criação, ou seja, para incentivar nos profissionais uma postura de responsabilidade ético-profissional conducente, de forma a tranquilizar o público sobre o cumprimento da função social de mediador independente e responsável, "reveste-se de um conjunto de medidas de censura que não se concebe num Estado democrático de direito".