O jornalista do portal Carta de Moçambique Omardine Omar, detido na quinta-feira, 25 junho, por agentes da Polícia (PGR), será alvo de um julgamento sumário na terça-feira, 30, no qual vai responder pela acusação de desobediência ao decreto sobre o estado de emergência.
Omar foi conduzido nesta sexta-feira, 26 junho, à Cadeia Central da Machava, depois de ter estado no tribunal que determinou o julgamento sumário.
A acusação diz que ele foi encontrado na via pública com uma garrafa de cerveja na mão, enquanto filmava agentes da PRM.
Ao anunciar a detenção, o diretor da Carta de Moçambique, Marcelo Mosse, disse que ele foi preso no Alto Maé, Avenida Emilia Dausse, em Maputo.
Mosse referiu-se a Omardine Omar como “um dos mais arrojados repórteres das novas gerações”.
“Os agentes chegaram e começaram a agredi-lo. Quis saber dos motivos e não me disseram”, explicou José João, colega de formação de Omar, citado na nota.
O portal sublinha que “na terça-feira feira, o advogado vai procurar contornar a trágica hipótese do nosso colega continuar preso”.
Caso seja condenado, o jornalista incorre numa pena de um a 6 meses de prisão.
O Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD) também emitiu uma nota a condenar a detenção do jornalista e a exigir a sua libertação imediata.
“O CDD condena a detenção violenta, fora do flagrante delito e sem mandado judicial de Omardine Omar e exige que o jornalista seja restituído à liberdade”, disse aquela organização não governamental que lembrou que esta detenção “junta-se a tantos outros casos de jornalistas detidos ilegalmente e outros desaparecidos nas mãos das autoridades, situação que concorre para a deterioração das condições para o exercício da liberdade de imprensa e do direito de informação em Moçambique”.
Não houve qualquer reação do Governo.